O grupo de animais de estimação não deve incluir aves exóticas ou mesmo autóctones, nem os animais retirados do seu habitat natural. Os animais de companhia devem, por isso, restringir-se aos cães e gatos; sendo que a diversidade de raças nos deixa um leque enorme de escolhas.
Mas antes de trazer um bicho para casa é importante fazer a escolha acertada quanto ao melhor animal que se adequa à nossa personalidade e às condições que temos para lhe oferecer. Nunca devem presidir à nossa escolha factores como a raridade da raça, a comparação com o animal do vizinho ou a moda. É pois, por isso, muito importante conhecer as características, as necessidades e as particularidades de um potencial animal a adoptar.
O desconhecimento das características do bicho pode trazer problemas tanto para o animal como para o dono. Por exemplo, evitar que o animal apanhe calor ou frio, isolá-lo do contacto com outros animais da mesma espécie ou encher o bicho de guloseimas (animais gordos são menos saudáveis) e mimos pode ser prejudicial para o animal. Também o dono pode sofrer traumaticamente a perda do animal, se não tiver em conta que a longevidade dos animais é bem menor que a sua e que é necessário respeitar a natureza de cada bicho.
No entanto, independentemente do animal que se escolha, há alguns cuidados a ter em conta. Entre eles destacam-se a prevenção e despiste de algumas doenças, nomeadamente a desparasitação, tanto de pulgas e carraças como de parasitas intestinais prejudiciais ao animal e àqueles que o rodeiam. As vacinas são outro cuidado a ter para que o animal se mantenha saudável e, em certos casos como a raiva (a única vacina legalmente obrigatória em Portugal), também para benefício dos humanos.
Em casos mais particulares, como o caso de bichos com pêlo comprido, é necessária a sua escovagem regular. Mas, de um modo geral, deve ter-se um cuidado especial com a pelagem do animal, pois a sua higiene evita muitos problemas (parasitas, por exemplo). Informa-te do melhor produto de higiene para o teu animal. Caso desconheças é preferível o uso de água e sabão azul-e-branco do que de detergentes, sabonetes ou perfumes.
A melhor forma de evitar doenças é conhecer os hábitos e características do animal. Para isso pode ser boa ideia recorrer ao veterinário, a revistas ou livros especializados ou a informações disponíveis em sítios dedicados ao assunto.
O cão, considerado como o melhor amigo do homem, é um animal fiel e dedicado ao dono. O que o animal revela de si é mais fruto do que o dono fez dele - brincalhão, medroso, agressivo - do que da sua raça.
Por outro lado, ao escolher um gato como companhia deve ter-se em consideração que é um bicho independente, orgulhoso, altivo e que não perdeu o seu instinto selvagem e predador. É considerado o animal das sete vidas devido à sua extrema agilidade e flexibilidade. Ao contrário dos cães, os felinos são responsáveis pela sua própria higiene e não deixam os dejectos em qualquer lado. Desenvolvem-se também mais precocemente, são mais resistentes às doenças, mas não lidam bem com os mimos em exagero. Devido ao seu comportamento reprodutivo – frequentemente miam e marcam com urina o território, e reproduzem-se mais que os cães – pode ser conveniente a esterilização de machos ou fêmeas para evitar o aumento de gatos vadios, com todas as consequências que isso implica. O gato é provavelmente uma escolha acertada para quem vive em apartamentos pequenos, para pessoas calmas e com um tempo reduzido para dedicar ao animal (fazem a higiene e exercícios sozinhos). São animais que se satisfazem facilmente com uma alimentação adequada, exercício, alguma atenção e cuidados de saúde.
Seja qual for a escolha do animal de estimação é preciso não esquecer que ele também é um ser vivo, e não um simples brinquedo que abandonamos quando nos fartamos, quando nos incomoda ou quando perdeu qualidades. Também é uma boa ideia adoptar um animal abandonado ou uma cria que alguém não quer. Os canis e gatis municipais estão cheios de animais que esperam por alguém que lhes salve a vida. Todos os cães e gatos são bons animais de companhia para quem também para eles for uma boa companhia.
Referências:
MONTEMOR, Tomás, Pés na Terra: “Comprar um cão” in Notícias Magazine n°569 de 20 Abril 2003
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Gostei do artigo em geral, apesar de achar que devo fazer uma observação ao texto quando se diz que o factor raridade não deve nunca ser determinante na escolha de um animal. Mas esta minha opinião tem a ver com uma situação específica que passo a explicar. Em concordância com o que é dito no artigo relativamente aos cães, é da minha opinião que as pessoas deviam escolher raças portuguesas, ou seja, oriundas do nosso país e perfeitamente adaptadas a todas as condições climatéricas e outras. Não sou radical ao ponto de dizer que não devam adquirir outras raças, até porque a maior parte delas se adapta bem, mas quanto aos cães cujas características têm a ver com a adaptação à neve...já tenho as minhas dúvidas. As raças portuguesas compreendem excelentes exemplares para nos fazer companhia (como por exemplo, o Podengo Português - pequeno, médio ou grande -, o Cão de Água Português, o Rafeiro do Alentejo, etc.), e é em defesa do Podengo Português Grande que faço esta observação: apesar de se criticar muito a criação de cães, se não fora esta actividade essa bela raça ter-se-ía extinguido há bem pouco tempo. É uma raça que descende de cães de origem milenar (do Egipto) e esteve em vias de extinção. Este facto faz com que seja uma raça rara. E é neste sentido que acho a minha observação pertinente. A sua raridade deve ser combatida no sentido de preservar e perpetuar a existência de um animal que é característico da nossa cultura e país. Além do mais, é uma raça «não geneticamente aperfeiçoada», ou seja, as características que tem hoje são as mesmas de há muitos anos. Estes são alguns factores que também deviam ser tidos em conta na escolha de um cão.
Apenas uma observação
Gostei do artigo em geral, apesar de achar que devo fazer uma observação ao texto quando se diz que o factor raridade não deve nunca ser determinante na escolha de um animal. Mas esta minha opinião tem a ver com uma situação específica que passo a explicar. Em concordância com o que é dito no artigo relativamente aos cães, é da minha opinião que as pessoas deviam escolher raças portuguesas, ou seja, oriundas do nosso país e perfeitamente adaptadas a todas as condições climatéricas e outras. Não sou radical ao ponto de dizer que não devam adquirir outras raças, até porque a maior parte delas se adapta bem, mas quanto aos cães cujas características têm a ver com a adaptação à neve...já tenho as minhas dúvidas. As raças portuguesas compreendem excelentes exemplares para nos fazer companhia (como por exemplo, o Podengo Português - pequeno, médio ou grande -, o Cão de Água Português, o Rafeiro do Alentejo, etc.), e é em defesa do Podengo Português Grande que faço esta observação: apesar de se criticar muito a criação de cães, se não fora esta actividade essa bela raça ter-se-ía extinguido há bem pouco tempo. É uma raça que descende de cães de origem milenar (do Egipto) e esteve em vias de extinção. Este facto faz com que seja uma raça rara. E é neste sentido que acho a minha observação pertinente. A sua raridade deve ser combatida no sentido de preservar e perpetuar a existência de um animal que é característico da nossa cultura e país. Além do mais, é uma raça «não geneticamente aperfeiçoada», ou seja, as características que tem hoje são as mesmas de há muitos anos. Estes são alguns factores que também deviam ser tidos em conta na escolha de um cão.
[Por: @ 2005-10-10, 24:00 | Responder | Imprimir ]