O clima parece histérico, tal a frequência com que muda. Quem mais sofre, e irá sofrer nas próximas décadas, são os povos mais desprevenidos.
As principais alterações climáticas que já se começam a fazer sentir, e que se irão agravar nas próximas décadas, em Portugal são: o aumento da temperatura (entre 3 a 4 graus), o aumento dos fenómenos extremos com ocorrência de cheias, secas e tempestades com intensificação dos ventos, a redução da precipitação média anual (cerca de 100 milímetros até ao final do século), com períodos de chuva mais intensa e concentrada no Inverno e o aumento da frequência e intensidade das ondas de calor no Verão.
Um estudo recente, de Filipe Duarte Santos, Climate Change in Portugal: Scenarios, Impacts and Adaptation Mesures, traça os principais impactos da mudança climática em Portugal para os próximos 100 anos. Com base em futuros cenários climáticos para a Península Ibérica, e especialmente para Portugal, o objectivo da investigação (1999/2001) foi proceder ao estudo do impacto das alterações climáticas nos vários sectores sócio-económicos: recursos hídricos e piscatórios, zonas costeiras, saúde humana, agricultura, florestas e energia. São desafios comuns para os próximos anos proteger, através da redução das emissões, e minorar os efeitos das mudanças climáticas, mas a impopularidade das medidas a tomar deve-se ao facto dos seus efeitos só serem mais visíveis a longo prazo.
Consequências das alterações climáticas nos diferentes sectores sócio-económicos:
Recursos hídricos e Pescas:
* Menor quantidade água disponível
* Pior qualidade das águas fluviais
* Os nossos rios internacionais serão afectados, pois os espanhóis vão precisar de reter mais água. Sado e Guadiana poderão perder 60% de escoamento anual e o Tejo 30%
* Aumento da temperatura superficial do mar
* Alterações nos recursos pesqueiros
Zonas Costeiras:
* Subida do nível médio do mar (aproximadamente 50 centímetros) e aumento da erosão costeira, sobretudo marés vivas
* Intrusão salina
* Alto e muito alto risco em 67% da nossa zona costeira, onde se concentra a maior parte da população portuguesa
Saúde humana:
* Aumento de doenças associadas a ondas de calor; diminuição de doenças ligadas ao excesso de frio
* Aumento de doenças por poluição do ar e de alergias
* Surtos de doenças transmitidas pela água e alimentos - febre tifóide, salmoneloses, toxinas associadas com mariscos, cianobactérias
* Surtos de doenças transmitidas por vectores (sobretudo insectos) - malária, dengue, febre amarela, doença de Lyme, febre escaronodular, encefalites
Agricultura e Florestas:
* Mudanças no tipo de culturas devido à escassez de água para irrigação; e readaptação a novos períodos de cultivo
* Aumento de pragas, doenças e infestantes, tanto na floresta como na agricultura
* Aumento acentuado de incêndios
* Redução da produtividade florestal
* Perda de biodiversidade
Energia:
* Forte aumento das necessidades de arrefecimento em edifícios e transportes, com maior recurso ao ar condicionado.
* Alguma diminuição das necessidades de aquecimento no Inverno
* Mais custo de conservação em equipamentos públicos, devido aos fenómenos climáticos extremos (estradas, aeroportos, coberturas, etc.)
* Aumento geral dos gastos energéticos à escala nacional e individual
* À força de tanto calor, haverá uma corrida aos ares condicionados: subirá a factura energética, o orçamento familiar, o contributo nacional para o efeito de estufa, a poluição.
Referências:
Jornal Expresso, Revista, 10 de Agosto de 2002
http://www.mni.pt/destaques/?cod=2401
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aleterações climateria
a terra não pertence ao homen, o homen e que pertence a terra
[Por: @ 2010-04-29, 21:35 | Responder | Imprimir ](Por: babelonia)