Investigadores do Centro Nacional de Cancro do Japão, ao longo de dez anos, acompanharam os hábitos alimentares de 21,8 mil mulheres com idades compreendidas entre os 40 e 59 anos. Do estudo realizado concluíram, então, que as mulheres que tomavam mais de três tigelas de missoshiru (sopa de soja) por dia tinham menos 40% de probabilidades de desenvolver cancro da mama, quando comparadas com aquelas que ingeriam diariamente apenas uma tigela de sopa. As mulheres que consumiam duas tigelas reduziam em 26% as hipóteses de desenvolver cancro.
O Missoshiru é uma sopa de pasta soja preparada com misso (uma massa feita com grãos de soja), água a ferver, algas marinhas, legumes e tofu. A maioria da população do Japão consome este tipo de sopa diariamente.
Tudo indica que as isoflavonas dos grãos de soja previnam o cancro porque actuam de modo idêntico à hormona feminina estrogénio, sem que causem os efeitos cancerígenos.
Alguns estudos anteriores também já tinham indicado que as isoflavonas inibem o desenvolvimento do cancro da mama. No entanto, esta pesquisa foi a mais conclusiva quanto aos benefícios do consumo de alimentos à base de soja. É ainda curioso notar que em países com elevado consumo de soja e derivados, tais como o Japão e a China, os índices da incidência de cancro da mama são mais baixos do que na maioria dos países ocidentalizados. As mulheres que consomem mais soja apresentam pois menos disposição para terem tecidos mamários densos, predispostos ao cancro da mama.
Seiichiro Yamamoto, o principal responsável pela pesquisa, acrescentou ainda que «a tendência de redução no risco de cancro da mama foi observada, mas são necessários mais estudos para confirmá-la».