Vimos no artigo http://www.centrovegetariano.org/index.php?article_id=301 como foi a descoberta da radiação infravermelho no espectro solar.
O Infravermelho é usualmente dividido em 3 regiões do espectro: próximo, médio e infravermelho afastado. Os limites entre estas regiões não estão ainda convencionados e podem variar. O principal factor que determina quais dos comprimentos de onda que são incluídos em cada uma destas três regiões é o tipo de tecnologia de detecção usado para captar a luz IV.
As observações do IV próximo, foram feitas de observatórios instalados no terreno desde 1960.
Deram o mesmo que a observação da luz visível para comprimentos de onda de menos de 1 mícron, mas requerem detectores especiais de IV acima de 1 mícron.
As observações em IV médio e afastado, somente podem ser feitas por observação efectuada acima da nossa atmosfera.
Estas observações requerem o uso de detectores especiais arrefecidos contendo cristais de germânio nos quais a resistência eléctrica é muito sensível ao aquecimento.
A radiação IV é emitida por qualquer objecto que tenha uma temperatura (isto é: irradia calor). Assim, basicamente todos os objectos celestes emitem algum IV. O comprimento de onda ao qual um objecto radia mais intensamente depende da sua temperatura. Em geral quando a temperatura de um objecto arrefece, ele mostra-se mais proeminente nos comprimentos de onda afastados.
Isto permite que alguns comprimentos de IV estejam melhor situados para estudar certos objectos do que outros.
Quando nos movemos dos IV próximos para as regiões do IV afastado no espectro, alguns objectos celestes desaparecem da vista. Por exemplo, numa imagem, pode-se ver mais estrelas (geralmente as mais frias estrelas) aparecer quando se vai da imagem da luz visível para a imagem em IV próximos.
No IV próximos, a poeira também se torna transparente, deixando ver regiões escondidas pela poeira na imagem visível.
Ao aproximar da imagem em IV médio, mesmo a poeira mais fina brilha. A seguir apresenta-se o que podemos ver em diferentes regiões do espectro de IV.
IV próximo
- Estrelas vermelhas frias.
- Gigantes vermelhas.
- A poeira é transparente.
IV médio
- Planetas, cometas e asteróides.
- Poeira aquecida pela luz das estrelas .
- Discos protoplanetários.
IV afastado
- Emissão das poeiras frias.
- Regiões do centro das galáxias.
IV próximo:
Entre cerca de 0,7 até 1,1 microns podemos usar os mesmos métodos de observação que são usados nas observações em luz visível excepto para observações à vista desarmada. A luz IV que se observa nesta região não é térmica (não é devida a radiação de calor). Alguns observadores não consideram esta faixa como parte da astronomia de IV.
Cerca dos 1,1 microns a emissão IV é primariamente calor ou radiação térmica. Quando nos movemos da luz visível para o lado dos comprimentos de onda mais compridos da luz, entramos na região dos IV próximos. Quando entramos na região dos IV próximo as estrelas azuis quentes vêm-se claramente em luz visível, e as estrelas mais frias tornam-se visíveis.
As grandes estrelas vermelhas gigantes e as pequenas anãs vermelhas de pequena massa dominam no IV próximo. O IV próximo é também a região onde a poeira interestelar é a mais transparente na luz IV. As estrelas vermelhas gigantes irradiam mais intensamente na região IV próximo.
IV médio:
Ao entrar na região médio IV do espectro, as estrelas frias deixam de se ver e os objectos mais frios tais como planetas, cometas e asteróides tornam-se visíveis. Os planetas absorvem luz vinda do Sol e aquecem. Eles então re-irradiam este calor como luz IV.
Isto é diferente da luz visível que nós vemos dos planetas quando reflectem a luz do Sol. Os planetas no nosso sistema solar, têm temperaturas que vão dos 53 aos 573 graus Kelvin. Os objectos a esta faixa de temperatura emitem a maior parte da sua luz no IV médio. Por exemplo, a Terra, ela mesmo irradia mais fortemente em cerca dos 10 microns.
Os asteróides também emitem a maior parte da sua luz no IV médio fazendo esta banda de comprimento de onda a mais eficiente para localizar asteróides escuros.
Os dados de IV podem ajudar a determinar a composição da superfície, e o diâmetro dos asteróides.
A poeira aquecida pela luz das estrelas é também muito proeminente no IV médio.
IV afastados:
No IV afastado, as estrelas são todas apagadas. Ao contrário, agora vemos a matéria verdadeiramente fria (140 º Kelvin ou menos).
Nuvens frias de gás e poeira na nossa própria galáxia, bem como em galáxias próximas, brilham em luz IV afastado. Em algumas destas nuvens começam a formarem-se estrelas. As observações em IV afastado podem detectar estas proto-estrelas muito antes de se tornarem visíveis pela detecção do calor que irradiam ao se contraírem.
O centro da nossa galáxia também brilha no IV afastado devido à fina concentração de estrelas embebidas em densas nuvens de poeira. Estas estrelas aquecem a poeira e provocam o seu brilho no IV afastado.
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