Em finais de 2006, dados do relatório da Balança Alimentar Portuguesa (BAP) revelaram que o consumo de frutas e legumes em Portugal era insuficiente. Certamente muitos de nós conhecem colegas, amigos ou familiares que fazem parte deste vasto grupo de portugueses e aos quais gostaríamos de propor diversas sugestões pela saúde deles e pela nossa, visto que há em Portugal um crescente número de cidadãos cujos problemas de saúde, muitas vezes provocados por uma alimentação deficiente mas facilmente controlável atempadamente desde a infância e juventude, provocam não o célere fim do sofrimento, mas uma dependência incapacitante e com pouca dignidade, sendo inúmeros os casos de acamados e similares, na maioria das vezes bastante duradouros e acompanhados por dificuldades económicas impeditivas de tratamentos médico-sociais adequados.
Este artigo pretende dar ideias e sugestões de fáceis preparações que incentivem todos ao consumo de mais destes alimentos e menos de outros nefastos e fazer do esforço pela saúde e vitalidade uma excelente resolução de ano novo! Simultaneamente, também se desperta o interesse e a procura de informação acerca de questões ambientais e relativas ao bem estar animal inerentes a uma dieta rica em açúcares, gorduras, produtos de origem animal e produtos pré preparados.
Certamente já ouviste várias pessoas dizerem que não comem legumes porque não gostam, porque não os conseguem mastigar nem engolir, pois "sabem a erva" e também apresentam razões idênticas em relação à fruta. Para quem consome habitualmente estes alimentos protectores ou já se habituou a consumi los há algum tempo, pode parecer difícil fazer ver a outras pessoas que a questão de facto não está no gostar, mas que se trata de uma necessidade do nosso organismo. Será possível viver sem consumir legumes nem fruta, mas decerto não haverá saúde duradoura que nos permita usufruir da vida até idades maduras sem ficar doente e/ou profundamente dependente.
É importante distinguir entre o consumo destes alimentos no seu estado mais próximo do natural e cru e o seu consumo em alimentos processados, com conservantes, corantes, etc.. Não é nas refeições pré-preparadas que encontraremos os maiores benefícios.
Se nos deparamos com alguém que por quaisquer razões não ingere legumes nem fruta, poderemos começar por referir as inúmeras vantagens a nível da saúde e funcionamento dos vários órgãos, nomeadamente o combate ao cancro, o bom funcionamento do sistema digestivo, a defesa contra doenças coronárias, imunológicas, ortopédicas, diabetes, etc., etc..
É importante que se tenha consciência de que não se trata de privação alguma o facto de a alimentação começar a ser mais saudável, ou seja, não é a ingestão de uma sopa completa que vai impedir o consumo da desejada sobremesa doce, por exemplo; precisamente a ingestão da sopa vai minimizar os efeitos negativos da sobremesa provavelmente rica em açúcar e colesterol.
Uma outra importante forma de alertar é partilhar ideias de confecção de alimentos. Hoje em dia há inúmeros electrodomésticos que nos permitem transformar os alimentos sem os desvirtuar, como sejam os liquidificadores, as centrifugadoras, as iogurteiras, as máquinas de leites vegetais, etc.. Além desta variedade, estão cada vez mais ao alcance especiarias e ervas aromáticas que permitem temperar de formas muito diversas. Assim, caso não haja apetência para fruta crua, por exemplo, ela pode ser rápida e facilmente transformada em sumo, em compotas caseiras feitas com adoçantes naturais, no microondas/forno (maçã assada), na iogurteira (morango, pêssego, frutos secos, ananás, banana), adicionados a gelatina vegetal, etc.. No caso de saladas, estas podem ser temperadas com variadíssimos azeites aromatizados, ervas aromáticas como os orégãos ou salsa, molhos caseiros (maionese vegetal, molho de tomate), molho de soja… e bastante variada, não baseando sempre em tomate e alface.
Para quem se inicia no mundo dos alimentos “verdes”, também é de grande utilidade saber como preparar uma sopa completa que, sendo passada, mal se notará a quantidade de legumes dela constante e facilitará a ingestão a quem ainda não os consome crus. Também para acompanhar as refeições se podem avançar alternativas aos legumes crus ou apenas cozidos, sugerindo salteá-los levemente em azeite e alho, grelhando-os em espetadas, preparando purés de abóbora, bróculo ou beterraba enriquecendo o convencional puré de batata, elaborando esparregados de hortaliça com leites ou margarinas vegetais e fazendo recheios para empadões, lasanhas ou empadas, por exemplo. É útil salientar que o paladar dos alimentos se deve essencialmente às suas formas de tempero, pelo que o prazer de comer não fica de forma alguma alterado, mas é adicionalmente desperto para ainda mais sabores, variedade e novas combinações.
Quanto a todos os que passam o dia fora de casa e se vêem forçados a fazer as refeições em diversos estabelecimentos, actualmente a maioria dos restaurantes, cafés e centros comerciais oferece uma ou mesmo duas variedades de sopa que deve sempre anteceder o chamado prato principal; havendo possibilidade, conservar e transportar sopa num recipiente térmico ou levar uma sanduíche de pão integral recheada de vegetais são boas alternativas. Também os lanches da manhã e da tarde permitem que em vez da recorrência à máquina de venda automática ou ao rissol do café, se leve de casa facilmente uma peça de fruta já lavada, um pão integral, um pacote de leite de soja de pequeno formato, frutos secos, bolachas caseiras integrais, etc..
Inserido em: 2006-12-29 Última actualização: 2009-12-07
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