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Deflorestação da Amazónia

Todos os anos são arrancados da floresta Amazónica 28 milhões de metros cúbicos de madeira em toros. Desse total, só 4 milhões vêm de áreas em que se pratica manejo florestal. O restante provém de desmatamentos em propriedades particulares, terras públicas e áreas indígenas. É um negócio rentável a curto prazo, mas que pode ser demasiado arriscado quando visto pelos olhos das próximas gerações.

A informalidade e a ilegalidade acompanham a madeira amazónica desde sua origem até o consumidor final.
Existem duas formas de extracção de árvores: o desmatamento e o manejo florestal. Estas formas diferem apenas na forma como deixam a floresta depois do corte das árvores.
No desmatamento os proprietários rurais, ao transformarem a floresta nativa em pasto ou em áreas de plantação, primeiro extraem as árvores de valor comercial. Depois cortam e queimam a mata restante.
No manejo florestal as propriedades são divididas em lotes e, em cada lote, as árvores para o corte são identificadas num mapa com coordenadas geográficas. Feito o levantamento elabora-se o plano de manejo florestal, de modo que cada lote seja explorado uma vez a cada 30 anos e sejam extraídos até 40 metros cúbicos por hectare. Tanto o volume como o prazo são legalmente aceites, para que a floresta se recupere. Mas os planos não são totalmente sustentáveis, porque espécies como o mogno têm um ciclo de vida superior a 60 anos.

O Sul e o Sudeste brasileiros, especialmente São Paulo, são os maiores consumidores da madeira amazónica extraída de forma ilegal. O consumo per capita de madeira em São Paulo é três vezes maior que o do Japão -
o maior consumidor de madeiras tropicais do planeta.

A recuperação de áreas degradadas através de reflorestamento é também uma questão urgente para salvar espécies raras. Essas espécies raras precisam de grandes extensões de terra para se reproduzirem e restaurarem a sua diversidade original.
Por exemplo, espécies como o cedro não podem ser plantados em alta densidade, pois não resistem às doenças. Com maior número de árvores as populações de pragas aumentam, prejudicando o crescimento
dessas plantas. É por isso, que madeiras nobres, como o cedro e o mogno, não podem ser plantadas em monoculturas, como acontece com o eucalipto.

O Greenpeace denunciou recentemente a destruição da última grande reserva da mais valiosa árvore brasileira: o mogno. Ao mesmo tempo o governo do Pará publicava editais da compra, por particulares, de 70 mil hectares de terras públicas situadas no mesmo local.
O governo paraense deu, desse modo, o seu apoio fundiário à consolidação dessa intensa actividade de devastação de árvores, construção de estradas e formação de culturas agrícolas que ameaçam a última floresta ainda intacta na margem direita do rio Amazonas. Refira-se que para chegar até uma única árvore de mogno os madeireiros utilizam tractores para abrir estradas ilegais, degradando trechos de floresta que permaneciam intocados até aí.

Apesar da cada vez maior consciencialização da importância da floresta Amazónica para o equilíbrio da composição do ar na Terra em geral e do ecossistema sul americano em particular, o negócio de madeiras raras continua a facturar. E vendem-se em todo o mundo milhões de dólares de madeira proveniente dos trópicos, destruindo dia a dia aquele que é muitas vezes apelidado de "pulmão do mundo".




Copyright Centro Vegetariano. Reprodução permitida desde que indicando o endereço: http://www.centrovegetariano.org/index.php?article_id=61&print=1

Inserido em: 2002-05-09 Última actualização: 2006-12-31

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