Mais um ano está a chegar ao fim. E novamente nos países ocidentais ainda existe este espírito de Natal, esta pausa em que nos lembramos dos amigos e juntamos o mais possível a família na pressa de uma vida moderna que parece sugar cada segundo sem que nos apercebamos do tempo passar.
No dia 20 de Outubro de 2024, o Centro Vegetariano - Associação Ambiental para a Promoção do Vegetarianismo comemora 23 anos de existência.
O principal trabalho da associação tem sido na internet e para a internet, contando hoje com várias páginas online (página principal, receitas, galeria) e uma loja online com centenas de produtos vegetarianos.
Ao fim de 23 anos, o Centro Vegetariano é hoje uma referência para muitos visitantes; é ponto de divulgação informação, bem como uma fonte de recursos, nomeadamente receitas, lista de restaurantes, lista de profissionais de saúde, tabela de nutrientes e outros.
No século 21, parece que o veganismo finalmente se tornou bastante popular. Em todos os lugares que vamos, deve haver algo vegano para comer e os empregados de restaurante não acham estranho quando os clientes pedem comida vegana. Isso significa objetivo cumprido e portanto o fim do movimento vegano? Talvez não tão depressa.
Normalmente, existem quatro razões principais pelas quais as pessoas se tornam veganas: I) razões éticas; II) razões de saúde; III) razões ecológicas; e IV) razões espirituais.
Sobretudo nos últimos anos, o vegetarianismo é uma prática cada vez mais presente em Portugal, seja o ovo-lacto-vegetarianismo (que exclui da alimentação produtos primários de origem animal, como a carne e o peixe, mas mantém produtos secundários como o leite e os ovos), ou o vegetarianismo estrito (ou veganismo), um estilo de vida que exclui qualquer produto de origem animal, primário ou secundário, da alimentação, do vestuário e de todos os aspetos da vida diária. Há cada vez mais pessoas a retirar produtos de origem animal da sua alimentação, seja carne, peixe, leite ou outros.
Há uma ligação inquestionável entre o vegetarianismo e a cultura indiana. O conceito de não-violência (ahimsa, em sânscrito) foi um dos grandes motores por detrás da difusão do vegetarianismo pela religião, cultura, e culinária indiana.
O imperador Ashoka (século III AEC), depois de se converter ao budismo, foi um dos principais líderes políticos na Índia a promover o vegetarianismo e alguma legislação relacionada com os direitos dos animais. Não é claro, no entanto, se o próprio Buda (seja enquanto figura histórica ou lendária) terá sido estritamente vegetariano. Esta questão é debatida entre as diferentes tradições budistas.