Vivisecção define-se como o acto ou a prática de fazer experiências em animais vivos, geralmente sem recorrer a qualquer tipo de anestesia. O termo vivissecção é usado para englobar as várias categorias científicas e procedimentos médicos feitos em animais, incluindo: testes de medicamentos e outros produtos químicos, pesquisa biomédica, ou a criação e morte de animais direccionadas para retirar e usar partes, tais como válvulas cardíacas ou órgãos.
Dissecação (visada para o ensino)
Quando nos anos 20 (1920) a dissecação foi introduzida no currículo educacional, foi considerada um bom método de aprendizagem para o estudo da anatomia, fisiologia e da teoria da evolução. Hoje em dia encontram-se disponíveis métodos de ensino sofisticados que substituem a dissecação, salvando milhares de animais.
Mas a dissecação é um enorme negócio. Milhões de animais são mortos todos os anos para serem dissecados em experiências com fins educativos. Muitos destes animais, como rãs, minhocas, lagostins, percas, etc., são retirados dos seus habitats naturais e ecossistemas inteiros ficam ameaçados. Muitos animais são submetidos a uma crueldade e sofrimento inacreditáveis até se tornarem “espécimens para dissecação”. Os cães e gatos que se encontram abandonados ou em canis, ratos, coelhos e porquinhos-da-índia são levados para locais que colaboram com escolas e universidades, onde vão ser atordoados e posteriormente aprisionados por um sistema onde lhes vai ser injectado, ainda conscientes, formol. Esta substância, que serve para preservar, quando introduzida no corpo dos animais equivale à introdução de água a ferver.
Cada vez mais alunos se recusam a fazer dissecações, propondo aos professores livros, vídeos e modelos de plástico e informáticos. Todos os alunos têm o direito a exprimir o seu desagrado por estas experiências; se na tua escola ou faculdade são usados animais em experiências, fala com os teus professores, propõe alternativas e reúne-te com os teus colegas para mostrarem o vosso desagrado.
Testes em animais
Os animais são submetidos à exposição de substâncias químicas e radioactivas, privados dos seus habitats naturais (capturam-se para este propósito), passam por privações sociais, são introduzidos nos seus organismos venenos e outras substâncias, são queimados, electrocutados, afogados, cegos, incapacitados - tudo sem anestésicos. Para as empresas que testam em animais, estes são um meio barato e rápido de fazer dinheiro (estimam-se biliões de dólares por ano).
Em Portugal, também se fazem testes em animais, nomeadamente no Laboratório Nacional de Investigação Veterinária, nas estações zootécnicas do Ministério da Agricultura, nas faculdades de medicina, medicina veterinária, ciências, farmácia e psicologia, nalgumas instituições de investigação científica e, em alguns casos, nalguns laboratórios comerciais. Em Portugal, a protecção legal destes animais é ainda mais reduzida e a fiscalização ainda mais deficiente do que noutros países evoluídos.
Testes mais comuns
Teste Draize de irritação dos olhos
Diversas substâncias são introduzidas nos olhos de coelhos e outros animais, causando frequentes e dolorosas ulcerações. É comum nos testes de cosméticos.
Teste da dose letal
Os animais são forçados a ingerir substâncias para ver qual o efeito no seu organismo. A dosagem da substância vai diminuindo até que morra apenas uma pequena percentagem de animais, mas antes que isso aconteça milhares de animais são sacrificados. É comum nos testes de produtos de limpeza.
Teste de irritação dermal
O pêlo dos animais é raspado e a pele sensibilizada. São aplicadas substâncias na pele (ultra-sensível) dos animais. Ratos, coelhos, primatas, cães, gatos, porcos, camundongos e porquinhos-da-índia são os animais mais procurados e usados para estes fins. É comum nos testes de cosméticos.
Testes de colisão
Os animais são lançados contra paredes de cimento. Babuínos, fêmeas grávidas e outros animais são despedaçados e mortos nesta prática. São comuns nos testes de viação.
Testes de toxidade alcoólica e tabaco
Os animais são obrigados a inalar fumo e a embriagar-se, para que depois sejam analisados e dissecados.
Testes neurológicos e comportamentais
Aos primatas, como chimpanzés, babuínos e macacos, são colocados eléctrodos nos seus cérebros (sem anestesia) e são-lhes infligidos danos cerebrais graves e irreversíveis (paralisantes e incapacitantes), para que os cientistas possam analisar o efeito de medicamentos, chips e descargas eléctricas. Os estudos comportamentais incluem: privação da protecção materna; privação social na inflicção de dor, ou seja afastar os animais da convivência de outros, para a observação do medo; o uso de estímulos adversativos, como choques eléctricos para aprendizagem; e a indução dos animais a estados psicológicos stressantes, como o afastamento das crias recém-nascidas das suas mães, por exemplo. Estes testes são comuns nas áreas de neurologia, neurocirurgia, neurofisiologia e psicologia comportamental. Como resultado destes testes muitos animais ficam profundamente deprimidos, enlouquecem e auto mutilam-se.
Testes bélicos
Os animais são submetidos a radiações e produtos de armas químicas e biológicas, assim como a descargas de armas tradicionais. São expostos a gases e baleados na cabeça, para o estudo da velocidade dos mísseis e projécteis.
Testes dentários
Os animais são forçados a manter uma dieta nociva à base de açúcares, e a manter hábitos alimentares errados para, no final, adquirirem cáries, terem as gengivas descoladas e a arcada dentária removida.
Testes médico-cirúrgicos
Milhões de animais são mortos nas cirurgias das faculdades de medicina.
Como intervir?
Cada vez que compras um produto testado em animais, estás a contribuir financeiramente para que ocorram mais pesquisas deste género.
Mas as pesquisas em animais não são necessárias para garantir que o produto é seguro?
O facto de terem sido testados em animais não implica que os produtos sejam mais seguros. Em relação aos de testes de cosméticos, por exemplo, já se conhecem os ingredientes e as suas acções nos humanos. Por isso é que tantas empresas pararam de usar animais (mais de 500). Quanto aos medicamentos, os testes nos humanos são a única forma de garantir que o medicamento é seguro, pois todos os animais (humanos e não humanos) diferem uns dos outros, e os resultados eficientes nalgumas espécies são fatais para outras.
Alternativas
Estudos clínicos, pesquisas in vitro, autópsias, acompanhamento do efeito de medicamentos após o lançamento no mercado, modelos computadorizados, pesquisas genéticas e epidemiologia não apresentam perigo para os seres humanos e propiciam resultados precisos sem terem de ser sacrificados animais. Podes ver aqui mais alternativas aos testes em animais:
http://www.centrovegetariano.org/index.php?article_id=41
Empresas que não testam em animais: http://www.centrovegetariano.org/index.php?article_id=43
Empresas que testam em animais: http://www.centrovegetariano.org/index.php?article_id=42
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