A meu lado corre um rio
calmo e transparente.
E que confusão dentro de mim!...
Não sei ao certo o que sinto,
nem o que gostaria de sentir.
Talvez seja uma sensação nova.
Não tenho certezas.
Dúvidas apenas.
Palavras escritas
que soam a magia
e a conto de fadas.
Mas onde me levará este rio?
Quero percorrer as suas margens?
Vislumbrar os seus afluentes?
Ver a paisagem que o envolve
e o que mergulha em suas águas?
Não sei ao certo!...
Será que um dia
terei coragem de lá nadar?
Já conhecia foz.
Qual será o fascínio da nascente?
Tocar a sua água...
bebê-la, saboreá-la...
Talvez apenas sede o que sinto
Que paz ao olhá-lo.
Que frescura e brilho tem.
E que sorriso eu ganho!...
Por vezes sinto
alguma água salpicar-me;
talvez sensação, nada mais.
O rio parece compreender
todas as palavras e sonhos.
Instalou-se-me um desejo de harmonia.
Eu e o rio comunicamos.
Entre nós há a linguagem
de olhares e sorrisos
de silêncios e palavras.
(Setembro 1999)
Inserido em: 1999-11-29 Última actualização: 2009-10-30
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Poemas
Autores > Cristina Rodrigues