Mar alto! Ondas quebradas e vencidas
Num soluçar aflito e murmurado...
Voo de gaivotas, leve, imaculado,
Como neves nos píncaros nascidas!
Sol!
Ave a tombar, asas já feridas,
Batendo ainda num arfar pausado...
Ó meu doce poente torturado
Rezo-te em mim, chorando, mãos erguidas!
Meu verso de Samain cheio de graça,
Inda não és clarão já és luar
Como branco lilás que se desfaça!
Amor!
Teu coração trago-o no peito...
Pulsa dentro de mim como este mar
Num beijo eterno, assim nunca desfeito!...
Inserido em: 2003-07-27 Última actualização: 2009-11-11
Comentar
Autores > Florbela Espanca
Temas > Amor
Poemas