“Trata-me com carinho, meu amado mestre, pois nenhum coração, em todo o mundo, será mais agradecido do que o meu.
Não tentes educar-me com pancadas, pois embora eu possa lamber as tuas mãos entre um golpe e outro, a tua paciência e compreensão ensinar-me-ão mais rapidamente o que esperas que eu aprenda.
Fala-me muito, pois a tua voz é a doce música do meu mundo, como podes perceber pelos ardentes abanares da minha cauda quando ouço os teus passos.
Quando o tempo está frio e chuvoso, conserva-me dentro de casa, pois sou um animal doméstico, sem preparação para enfrentar as intempéries do tempo e a minha maior glória será o privilégio de sentar-me aos teus pés.
Conserva a minha vasilha com água fresca, pois além de não poder reclamar quando ela está seca, também não posso dizer-te quando estou com sede.
E, mestre, quando eu estiver bem velhinho, por favor, não me vires as costas.
Faz-me o bem de deixar que a minha vida de dedicação e fidelidade possa extinguir-se suavemente e eu te farei sentir, com meu último alento, que sempre me senti seguro nas tuas mãos."
Com carinho,
Au Au Au
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