Feiticeiro sem deuses, reconheço
O limite dos meus encantamentos
Só em raros momentos
De inspiração
Eu consigo o milagre dum poema,
Teorema
Indemonstrável pela multidão.
Mas é desse limite que me ufano.
Ser humano
E poeta.
Humildemente,
Com toda a paciência da terra
Com toda a impaciência do mar
Aguardo o transe, a hora desmedida;
E é o próprio rosto universal da vida
Que se ilumina
Quando o primeiro verso me fulmina.
(in Orfeu Rebelde)
Inserido em: 2002-11-04 Última actualização: 2009-10-30
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Poemas
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Autores > Miguel Torga