Aqui, diante de mim,
Eu, pecador, me confesso
De ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
Que vão em leme da nau
Nesta deriva em que vou.
Feiticeiro sem deuses, reconheço
O limite dos meus encantamentos
Só em raros momentos
De inspiração
Eu consigo o milagre dum poema,
Teorema
Indemonstrável pela multidão.
Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Não tenhas medo, ouve:
É um poema
Um misto de oração e de feitiço...
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente,
De coração lavado.