Vive a vida. Vive-a na rua
e no silêncio da tua biblioteca.
Vive-a com os outros, que são as únicas
pistas que tens para conhecer-te.
Vive a vida nesses bairros pobres
feitos para a droga ou o desespero
e nos tristes palácios dos ricos.
Vive a vida com as suas alegrias
incompreensíveis, com as suas decepções
(quase sempre excessivas) com a sua vertigem.
Vive-a em madrugadas infelizes
ou em manhãs gloriosas, a cavalo
por cidades em ruínas ou por selvas
contaminadas ou por paraísos, sem olhar para trás. Vive a vida.
(Luis Alberto de Cuenca, "Por fuertes e fronteras")
Inserido em: 2002-12-23 Última actualização: 2009-11-11