Triste o destino de um País. Que não tem filhos e perdeu os pais. E que ao jugo de negros destinos. Já não canta seus hinos. Ao seguir os gritos de igualdade. Que somente fecundaram deslealdade E um fosso abissal, entre a Nação e os políticos. Que sem quaisquer preceitos éticos. Criaram em Portugal abismal fosso de desigualdade. Num viver sem política nacionalidade.
Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião,
Não, meu coração não é maior que o mundo. É muito menor. Nele não cabem nem as minhas dores. Por isso gosto tanto de me contar. Por isso me dispo, por isso me grito, por isso frequento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias: preciso de todos.
A vida é uma oportunidade use-a A vida é beleza admire-a A vida é prazer goze-o A vida é sonho concretize-o A vida é desafio aceite-o A vida é dever cumpra-o
Numa expedição, um cachorrinho entretém-se a caçar borboletas e quando dá conta já está muito longe do grupo do safari.
Nisto, vê bem perto uma pantera a correr na sua direcção. Ao
aperceber-se de que a pantera o vai devorar, pensa rapidamente no que fazer. Vê uns ossos e um animal morto e põe-se a mordê-los. Então, quando a pantera está quase a atacá-lo, o cachorrinho diz:
"Ah, esta pantera que acabo de comer estava mesmo deliciosa!"
Todos os dias, a formiga chegava cedinho à oficina e desatava a trabalhar. Produzia e era feliz.
O gerente, o leão, estranhou que a formiga trabalhasse sem supervisão.
Se ela produzia tanto sem supervisão, melhor produziria se fosse supervisionada.
E contratou uma barata, que tinha muita experiência como supervisora e fazia belíssimos relatórios. A primeira preocupação da barata foi a de estabelecer um horário de trabalho para entrada e saída da formiga.
Conta-se que por volta do ano 250 A.C., na China, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria casar-se.
Sabendo disso, resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte e as que se achassem dignas da sua proposta.
A finalidade dos humanos não consiste em cumprir o que consideram bem, mas em chamar "meu" ao maior número possível de objectos. (...) E aquele que (...) diz "meu" a respeito do maior número de objectos possível é considerado o mais feliz. (...).
Carpas, tubarões e golfinhos vivem nas mesmas águas...
As carpas, com medo da escassez e de serem agredidas, vivem isoladas, escondidas nos cantos. Não se organizam, não comunicam entre si, não se auxiliam. Muitas vezes, morrem pela escassez. Vivem amedrontadas e infelizes. Para elas, golfinhos e tubarões são a mesma coisa.
Era uma vez um escritor, que morava numa praia tranquila, numa colónia de pescadores. Todas as manhãs ele passeava à beira-mar para se inspirar e à
tarde escrevia. Um dia, enquanto caminhava pela praia, viu a silhueta de alguém que parecia dançar. Quando se aproximou, viu um jovem a apanhar estrelas-do-mar na areia e a lançá-las no mar.
Certa vez um sultão sonhou que tinha perdido todos os dentes.
Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.
- Que desgraça, senhor! - exclamou o sábio. Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!
Sobre a superfície cinzenta do mar, O vento reúne Pesadas nuvens. Semelhante a um raio negro, Entre as nuvens e o mar, Paira orgulhoso o albatroz, Mensageiro da tempestade.
Um velho resolveu vender o seu burro na feira da cidade. Como iria retornar a pé, chamou o neto para acompanhá-lo. Montaram os dois no animal e seguiram viagem.
Passando por umas barracas de escoteiros, escutaram os comentários críticos; "Como é que pode, duas pessoas em cima deste pobre animal!".
Souad tinha dezassete anos e estava apaixonada. Na sua aldeia da Cisjordânia, como em tantas outras, o amor antes do casamento era sinónimo de morte. Tendo ficado grávida, um cunhado é encarregado de executar a sentença: regá-la com gasolina e chega-lhe fogo. Terrivelmente queimada, Souad sobrevive por milagre. No hospital, para onde a levam e onde se recusam a tratá-la, a própria mãe tenta assassiná-la.
“Sempre que, à medida que fores crescendo, tiveres vontade de converter as coisas erradas em coisas certas, lembra-te de que a primeira revolução a fazer é dentro de nós próprios, a primeira e a mais importante. Lutar por uma ideia sem se ter uma ideia de si próprio é uma das coisas mais perigosas que se pode fazer."
Agarro a madrugada
como se fosse uma criança,
uma roseira entrelaçada,
uma videira de esperança.
Tal qual o corpo da cidade
que manhã cedo ensaia a dança
de quem, por força da vontade,
de trabalhar nunca se cansa.
Sei que seria possível construir o mundo justo As cidades poderiam ser claras e lavadas Pelo canto dos espaços e das fontes O céu o mar e a terra estão prontos A saciar a nossa fome do terrestre
Sinto que hoje novamente embarco Para as grandes aventuras, Passam no ar palavras obscuras E o meu desejo canta - por isso marco Nos meus sentidos a imagem desta hora.
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
de que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali....
Para que ela tivesse um pescoço tão fino Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos Para que a sua espinha fosse tão direita
Dois Anjos viajantes pararam para passar a noite na casa de uma família muito rica.
A família era rude e não permitiu que os Anjos ficassem no quarto de hóspedes da mansão.
Em vez disso, deram aos Anjos um espaço pequeno no frio sótão da casa.
Uma família de tartarugas decidiu sair para fazer um piquenique.
As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram sete anos a prepararem-se para o passeio.
Finalmente a família de tartarugas saiu de casa para procurar um lugar apropriado.
A traição persegue-me, qual rastilho infindável... Por quanto tempo ainda mais resta Para que chegue ao seu destino inevitável? E expluda até mais não, e marque, e deixe a sua dor...
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha
Certa vez, um urso faminto deambulava pela floresta em busca de alimento. A época era de escassez, porém, o seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e conduziu-o a um acampamento de caçadores. Ao chegar lá, o urso, percebendo-se de que o acampamento estava vazio, foi até à fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida.
Diz um Conto Chinês que um jovem foi visitar um sábio conselheiro e disse-lhe sobre as dúvidas que tinha a respeito de seus sentimentos por uma bela moça.
O sábio escutou-o, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma coisa:
- Ame-a. E logo se calou.
Dizem que havia um cego sentado na calçada, com um boné a seus pés e um pedaço de madeira que, escrito com giz branco, dizia: "Por favor, ajude-me, sou cego". Um publicitário da área de criação que passava em frente dele parou e viu poucas moedas no boné. Sem pedir licença, agarrou no cartaz, virou-o, pegou no giz e escreveu outro anúncio.
Conta certa lenda, que estavam duas crianças patinando num lago congelado.
Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam despreocupadas.
De repente, o gelo quebrou-se e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou.
Se eu pudesse trincar a terra toda E sentir-lhe um paladar, Seria mais feliz um momento ... Mas eu nem sempre quero ser feliz. É preciso ser de vez em quando infeliz Para se poder ser natural...
Quando é que passará esta noite interna, o universo, E eu, a minha alma, terei o meu dia? Quando é que despertarei de estar acordado? Não sei. O sol brilha alto, Impossível de fitar.
Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento,
Assim falham os pensamentos quando querem exprimir qualquer realidade.
Mas, como a realidade pensada não é a dita mas a pensada,
Como é por dentro outra pessoa Quem é que o saberá sonhar? A alma de outrem é outro universo Com que não há comunicação possível, Com que não há verdadeiro entendimento.
Embora esteja escrito em forma de um romance ficcional, "Destinos Cruzados" constitui na realidade o relato de intensas experiências e emoções vividas por Helena Cristina, uma jovem escritora que teve a coragem de viajar para horizontes longínquos ainda muito nova procurando a realização dos seus sonhos.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto. Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos, E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Havia um viúvo que morava com suas duas jovens filhas, meninas muito curiosas e inteligentes.
Suas filhas sempre faziam-lhe muitas perguntas.
Algumas ele sabia responder, outras não fazia a mínima idéia da resposta.
Como pretendia oferecer a melhor educação às suas filhas, enviou-as para passar as férias com um velho sábio que morava no alto de uma colina.
Sou um escritor de uma nação pobre, um país que já esteve na vossa lista negra. Milhões de moçambicanos desconheciam que mal vos
tínhamos feito. Éramos pequenos e pobres: que ameaça poderíamos
constituir? A nossa arma de destruição massiva estava, afinal, virada contra nós: era a fome e a miséria.
Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo.
A construção do convento de Mafra, o espectro da Inquisição, o projecto da passarola voadora do Padre Bartolomeu de Gusmão e um conjunto de outros factos que sucederam durante o reinado de D. João V, dão corpo ao Memorial do Convento. Com as memórias de uma época, é um romance histórico, mas simultaneamente social ao fazer a análise das condições sociais, morais e económicas da corte e do povo. A acção principal é a construção do convento de Mafra. Esta acção resulta da reinvenção da História pela ficção. Situando-se no início do século XVIII, encontra-se um entrelaçamento de dados históricos e os do sofrimento do povo que nele trabalhou.
Nuno é um jovem perturbado pelo suicídio daquela que ele nem pode sequer definir como namorada, tão fugaz foi a relação entre os dois. Mas o suicídio de Rita é apenas o início da revelação de alguns segredos de família que envolviam a, também recente, morte do avô.
Uma sociedade afectuosa para com as suas crianças e tolerante em relação ao comportamento sexual pré-matrimonial tem apenas 2% de hipóteses de se tornar fisicamente violenta.
Romance autobiográfico, filosófico e existencialista em que o homem busca a identidade de si próprio. Alberto Soares chega a Évora, como professor de liceu, com a angústia da morte súbita e recente do pai... Começa uma busca desesperada e corajosa nos terrenos da existência: quem sou eu? que estou cá a fazer?
O meu olhar é nítido como um girassol. Tenho o costume de andar pelas estradas Olhando para a direita e para a esquerda, E de vez em quando olhando para trás... E o que vejo a cada momento É aquilo que nunca antes eu tinha visto, E eu sei dar por isso muito bem... Sei ter o pasmo essencial Que tem uma criança se, ao nascer, Reparasse que nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento Para a eterna novidade do mundo...
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião. Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Certa vez, estavam dois homens seriamente doentes na mesma enfermaria, de um grande hospital. O compartimento era bastante pequeno e nele havia uma janela que dava para o mundo.
Foge doce inocência vai-se como fragrância a irreverência perde-se a alegria da liberdade é tudo muito sério (seja isso o que for) e claro importante solene oficial marcial.
DE TUDO, FICARAM TRÊS COISAS: a certeza de que estamos sempre começando... a certeza de que é preciso continuar... a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
São pequenas as coisas que nos ensinam muito:
Num dia de verão, eu estava na praia, espiando duas crianças na areia. Trabalhavam muito, construindo um castelo de areia molhada com torres,
passarelas e passagens internas.
Quando estavam perto do final do projecto, veio uma onda e destruiu tudo, reduzindo o castelo a um
monte de areia e espuma.
Um consultor, especialista em GESTÃO de TEMPO, quis surpreender o auditório numa conferência. Tirou debaixo da mesa um frasco grande de vidro de boca larga. Colocou-o em cima da mesa, junto a uma bandeja com pedras do tamanho de um punho e perguntou:
Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembléia. Foi uma reunião das ferramentas para acertarem as suas diferenças.
O martelo exerceu a presidência, mas os participantes notificaram-lhe que teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava todo o tempo a golpear. O martelo aceitou a sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo.