Cada caso é um caso e não me parece que hajam fórmulas mágicas que se apliquem a todos, se bem que existem, isso sim, modelos de referência e nesse caso posso partilhar o meu caso e depois é só ver se serve para ser utilizado.
Sou de uma família tradicional onde não é aceitável sermos diferentes dos padrões normais da sociedade nem deveríamos chamar a nós demasiada atenção. Ora, ser-se vegetariano é exactamente tudo aquilo que representa o estar no lado errado da "sociedade". Bom, então, como fórmula, adoptei por um modelo social mais cómodo, o de nada dizer e fazer o que apetecia. Entretanto, aprendia a ser vegetariano, aprendi a cozinhar e aprendi a encontrar soluções onde para os outros seria um drama. Só assim é que poderia ajudar os outros a entenderem-me, a entenderem que o vegetariano não é um ET e que não vou ficar verde de tanto grelo (laracha).
Nos jantares e almoços, e sem dizer uma palavra, era eu que me servia e comia apenas o que não havia sido cozinhado com carne ou peixe. Isto porque "sou rigoroso na minha alimentação". Se tal não era possível, paciência, não comia (ainda assim aconteceu à menos de um mês num casamento fantástico onde foi a equipa de funcionários que viram que nada comia e resolveram encontrar uma solução fácil e rápida). Depois, quando vinham os comentários do "porquê", respondia sempre com um tom irónico "é uma boa forma de ser olhado e ser falado e se reparem, já o contrário não acontece". Pronto, triando esses atropelos vêm as pessoas mais tolerantes e que perceberam o "truque".
Acho que o saber cozinhar é muito útil porque ajuda-nos a safar de muitos problemas. Uma vez, na cidade do Porto, onde serviam francesinhas de entrada, eu pedi uma tosta de queijo com molho de tomate e ovo (sou ovo-lacteo-vegetariano). O empregado assim fez e ninguém deu por nada. Fica sempre elegante e saimos sempre muito bem.
De resto, para complementar a formação, leitura, muita leitura sobre o tema para que niguém fique chocado. Hoje, são as pessoas minhas amigas que querem comer a minha comida vegetariana, dizem que é boa (não posso falar em causa própria). As pessoas querem aprender. Acho que hoje ser diferente é mesmo a opção certa.
(Por: Francisco (Quico))
o meu modelo de ser vegetariano
Cada caso é um caso e não me parece que hajam fórmulas mágicas que se apliquem a todos, se bem que existem, isso sim, modelos de referência e nesse caso posso partilhar o meu caso e depois é só ver se serve para ser utilizado.
[Por: @ 2008-08-26, 14:14 | Responder | Imprimir ]Sou de uma família tradicional onde não é aceitável sermos diferentes dos padrões normais da sociedade nem deveríamos chamar a nós demasiada atenção. Ora, ser-se vegetariano é exactamente tudo aquilo que representa o estar no lado errado da "sociedade". Bom, então, como fórmula, adoptei por um modelo social mais cómodo, o de nada dizer e fazer o que apetecia. Entretanto, aprendia a ser vegetariano, aprendi a cozinhar e aprendi a encontrar soluções onde para os outros seria um drama. Só assim é que poderia ajudar os outros a entenderem-me, a entenderem que o vegetariano não é um ET e que não vou ficar verde de tanto grelo (laracha).
Nos jantares e almoços, e sem dizer uma palavra, era eu que me servia e comia apenas o que não havia sido cozinhado com carne ou peixe. Isto porque "sou rigoroso na minha alimentação". Se tal não era possível, paciência, não comia (ainda assim aconteceu à menos de um mês num casamento fantástico onde foi a equipa de funcionários que viram que nada comia e resolveram encontrar uma solução fácil e rápida). Depois, quando vinham os comentários do "porquê", respondia sempre com um tom irónico "é uma boa forma de ser olhado e ser falado e se reparem, já o contrário não acontece". Pronto, triando esses atropelos vêm as pessoas mais tolerantes e que perceberam o "truque".
Acho que o saber cozinhar é muito útil porque ajuda-nos a safar de muitos problemas. Uma vez, na cidade do Porto, onde serviam francesinhas de entrada, eu pedi uma tosta de queijo com molho de tomate e ovo (sou ovo-lacteo-vegetariano). O empregado assim fez e ninguém deu por nada. Fica sempre elegante e saimos sempre muito bem.
De resto, para complementar a formação, leitura, muita leitura sobre o tema para que niguém fique chocado. Hoje, são as pessoas minhas amigas que querem comer a minha comida vegetariana, dizem que é boa (não posso falar em causa própria). As pessoas querem aprender. Acho que hoje ser diferente é mesmo a opção certa.
(Por: Francisco (Quico))