Centro Vegetariano - Vegetarianismo e Veganismo
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Símbolo vegan, logótipo do Centro Vegetariano

Objecção Militar e Vegetarianismo

Nunca como hoje se assistiu a uma necessidade tão emergente de manifestarmos as nossas opções éticas, ambientais e humanitárias no quotidiano, particularmente quando estas englobam interesses que devem ser garantidos: os Animais, o Ambiente e os Seres Humanos. Todos estes seres vivos (o Ambiente, segundo a Teoria do Gaia, também pode ser considerado como componente crucial de um ser vivo como é o planeta Terra) de uma forma ou de outra manifestam debilidades ou carências que devem ser suprimidas por quem se sinta motivado, sensibilizado ou envolvido para tais causas. De facto, penso que o facto de ser vegan há 8 anos constitui um desafio diário que tenho de enfrentar desde o momento em que acordo até à altura de me deitar, dado que no Veganismo nada pode ser deixado ao acaso, nada pode prescindir do controlo moral e ético pelos valores de Respeito e Bem-Estar Animal que a filosofia vegan veicula.

Assim, considero que a mesma aplicação rigorosa de prevenção pró-animal deva ser exercida e assegurada quando falamos da prestação de um serviço obrigatório ao Estado, a que inevitavelmente todos os homens têm de responder: o Serviço Militar.
Neste momento levantam-se muitas questões pertinentes, que devem ser feitas e reflectidas, de forma a garantir que os Direitos dos Animais e os princípios/valores de Justiça, Igualdade e Fraternidade que todos os vegans e vegetarianos compartilham como herança comum sejam salvaguardados e protegidos de deturpações incoerentes:

- Não é a tropa uma inútil perda de tempo?

- Para quê receber uma formação militar, ser treinado para a guerra ou colaborar com a sua preparação?

- Porquê colaborar com as alegadas "virtudes militares", como a obediência cega, hierarquias autoritárias, anulação da personalidade do indivíduo ou reivindicação da razão da força?

- Porquê renunciar forçosamente aos Direitos Civis, como o Direito de recusa de matar/ferir e submeter-me a limitações à minha liberdade individual?

- Porquê colaborar com o recurso à violência ou à força brutal e irracional, se está demonstrado que esse não é o sistema eficaz para resolver os conflitos?

- Não poderei antes ser útil à comunidade por meio de um Serviço Civil que esteja em harmonia com a minha consciência?
Todas estas questões nos remetem para os Direitos Básicos do Homem e dos Animais, que são violados pela simples ideia de existir o conceito de guerra. Constatamos que tomam decisões por nós; que se corre o risco desumano de matar ou ferir alguém desconhecido e por razões suficientemente fracas ao ponto de nos fazerem pôr em causa o Estado, a família, os amigos e os desconhecidos. É por tudo isto que temos aqui mais um pretexto para não se apoiar o espírito militar e todas as suas instituições e representantes.

De facto, todo o material bélico é testado em animais, em laboratórios militares criados para esse fim. É através destes testes militares que se averigua a eficácia e perigosidade das armas desenvolvidas em laboratório, e como alvo mais fácil estão os animais que servem, de forma involuntária, os seus intentos. Afinal, além de sermos o único animal que bebe leite, no estado adulto, de outras espécies animais, somos também o único que constrói armas baseadas no sofrimento e morte de milhares de animais para produzir a nossa própria carnificina humana!

Além disso, na última guerra que se travou no Iraque, os principais prejudicados a seguir às populações locais foram os animais autóctones da região, que se viram envolvidos e mortos por tiros, minas, mísseis e outros dispositivos letais afins. Como se isso não bastasse, os animais mantidos em jardins zoológicos são alvos fáceis de caçadores de peles e marfins para fins comerciais, quando não acontece os mesmos animais morrerem à fome ou por canibalismo no interior das jaulas.

A par disso, na tropa usam-se materiais e fardamentos de origem animal (como o couro, a lã, etc.), a alimentação nas cantinas militares é ainda claramente carnívora, o que em nada facilita a postura vegetariana ou vegan. E, aqueles que se consideram discriminados na escola, família ou núcleo de amigos, por serem vegetarianos ou vegans, deparam-se na tropa com uma ainda maior pressão psicológica e lavagem cerebral. Tudo é feito por forma a uniformizar comportamentos, ideias, atitudes e iniciativas, desenhando-se assim um estereótipo padrão comum a todos os soldados: rápidos a obedecer, ausência de pensamento próprio e prontidão a executar todo o género de atrocidades por ideais políticos, económicos ou ideológicos, quer os perfilhem quer não.

É aqui que pode entrar o Serviço Cívico. Trata-se tão somente da única alternativa legalmente em vigor ao serviço militar, que tem um carácter obrigatório em Portugal para quem não pretenda realizar o Serviço Militar. Deste modo, para quem não aceita compactuar com tamanha crueldade em relação a outros animais humanos e não-humanos urge a necessidade de marcar a diferença, de reivindicar a criação da própria paz social, ambiental e interespecífica.

Até se pode pensar: Para quê preocupar-me em fazer o Serviço Cívico se o mais certo é ser dispensado do Serviço Militar e passar à Reserva Territorial? Devemos preocupar-nos por uma simples razão: uma posição coerente promotora da Paz deve ser manifestada desde cedo na vida de qualquer vegetariano ou vegan, pois só assim não cairemos no erro crasso de só apoiar os Animais, esquecendo-nos que quem apoia ou prejudica os Animais são as pessoas. É sensato fazer avançar paralelamente os Direitos Humanos com os Direitos dos Animais, porque muitas vezes os problemas (sociais, culturais, ambientais, etc.) que ambas as causas partilham, só podem ser solucionados compreendendo o todo que os engloba e, através da resolução dos problemas humanos poderemos chegar à resolução dos problemas que contemplam os animais. Não se trata aqui de prioridades, mas tão somente da constatação do óbvio: 99% das violações, sofrimento e morte cometidas contra animais têm origem na alimentação humana, espectáculos, actividades lúdicas, posse de animais, comércio de componentes animais, etc. Por exemplo, se considerarmos que os esquimós matam demasiadas focas, baleias ou ursos polares, é importante facultar-lhes condições vitais menos cruéis para com os animais. Deste modo, proporcionando-lhes melhores condições de vida, sem negligenciarem a sua própria vida, possibilitamos que possam viver sem prejudicar os animais do seu habitat.

Aqui, a situação é similar: não é por se ser dispensado da tropa que se deixa de compactuar com ela. Afinal, aceita-se estar dentro do sistema militar e pertencer ao seu efectivo de reserva territorial. Só aqueles que se tornam Objectores de Consciência, podem ajudar a quebrar este ciclo de dor, sofrimento e morte, que une a guerra e as armas aos seres humanos e aos animais.

Para mais informações sobre Objecção de Consciência podes contactar
João Santos
TM: 96 839 2003
E.mail: jpn_santos@yahoo.com

Ou consultar estes sites:

Legislação Portuguesa relativa à Objecção de Consciência
- Lei n.º 6/85 de 4 de Maio | Objector de Consciência perante o Serviço Militar Obrigatório:
http://www.mdn.gov.pt/Defesa/Legislacao/Legislacao_Defesa_Nacional/Lei_6_85_Object_Consciencia.htm

Dicas para o Objector de Consciência
http://www.objector.org/advice/contents.html (Advice for Conscientious Objectors in the Armed Forces)
http://www.objector.org/before-you-enlist/myths.html (The Myth of Military Opportunity)

Páginas pessoais sobre Objecção de Consciência
http://www.geocities.com/nieder_pt/oc.html

Este artigo encontra-se também:
http://pwp.netcabo.pt/animalization/joao_santos.htm



Copyright Centro Vegetariano. Reprodução permitida desde que indicando o endereço: http://www.centrovegetariano.org/index.php?article_id=223&print=1

Inserido em: 2003-08-16 Última actualização: 2006-10-31

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Comentários



vegetarianismo x carreira militar

Olá, há uns 15 meses parei de comer carne
(exceto a do peixe), e um sonho desde
pequena é ingressar na carreira militar...
Estou me preparando para passar no concurso
e queria opiniões se isso irá me afetar muito
em questão de alimentação, se no caso eu entrasse eu poderia escolher comer as outras opções retira

(Por: Luanny Soares da Silva)

[Por: @ 2012-09-05, 05:25 | Responder | Imprimir ]






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