Muitos amantes dos animais propõem que sejamos cuidadosos nas histórias e cantigas que ensinamos às crianças. A razão é que muitas dessas histórias e cantigas são exemplos do que devemos deixar de fazer aos animais. Portanto, é melhor purgá-las e remover os procedimentos errados, ou substituí-los por alternativas mais civilizadas, de forma a evitar mostrar os animais como perigosos, ou simples objetos que podemos abusar a nosso bel-prazer.
Um tema que me tem preocupado, com o actual cenário de crise internacional, prende-se com as nossas opções de vida e qual o sentido que imprimimos às mesmas. Assim sendo, a minha reflexão para este artigo prende-se com a opção vegetariana e qual a sua relação no conceito de Responsabilidade Social, que riscos e que oportunidades. Qual o impacto do vegetarianismo no mundo socioeconómico e será esta a melhor opção?
Enquanto sistemas organizados de pensamento filosófico, espiritual, ético e moral que ditam a conduta dos seres humanos no plano terreno sob o escrutínio de entidades criadoras superiores, as maiores religiões do Mundo, com toda a sua diversidade, parecem partilhar entre si alguns traços comuns. A grande maioria defende princípios como a compaixão, a bondade, a abnegação, o respeito pelos outros, e também a reverência pela Vida enquanto valor absoluto (em todas as suas formas), e pela integridade da Natureza e do planeta Terra como lar e património herdado do(s) deus(es) criador(es). Só estes têm o poder de decidir sobre o respectivo destino. A prática religiosa deve fazer parte dos mínimos gestos do dia-a-dia e a alimentação não pode ser excepção.
Muitos de nós que têm o privilégio de ter um animal não‑humano a seu cargo e partilhar com ele as vicissitudes da vida com companheirismo e entreajuda ponderam muitas vezes acerca da alimentação mais correcta para os seus amigos, principalmente para cães e gatos.
Um problema ético ou um ponto de vista utilitário?
Se, por um lado, alguns se interrogam sobre se a comunidade sofre assim tantos maus-tratos com a criação em cativeiro pelos apicultores, outros há que defendem que se a produção de mel não fosse coordenada pelo homem este produto, proveniente da espécie animal, mas exclusivamente natural, nem sequer chegaria às lojas e hipermercados.
A cada ano que passa, sempre que a época natalícia se aproxima grande parte dos vegetarianos e veganos começa a entrar em pânico. Só quando nos tornamos veganos ou vegetarianos nos apercebemos que quase todos os alimentos presentes na ceia de Natal são derivados de animais.
No campo dos filósofos helenísticos, ou se quisermos pré-aristotélicos, que preconizam a prática de vegetarianismo ou, pelo menos, um regime restrito à base de frutas ou vegetais, existe uma corrente dos que se opõem aos já mencionados, em artigos anteriores, de epicuristas, ou filósofos do prazer. Esta corrente denomina-se o Estoicismo, que defende, entre outras coisas, que os dogmas não devem ser considerados como verdades absolutas.
Apesar de não ser considerado vegetariano, Epicuro (nascido a 341 a.C. em Samos) fundou a Escola Epicurista, denominada O Jardim, que adoptou posições de defesa em relação ao vegetarianismo combatendo arduamente a tendência de outros em considerarem a sua filosofia como a filosofia dos excessos e do prazer. O próprio Epicuro se debateu contra esta ideia, dizendo que nada na sua filosofia defendia tais alardes. Pelo contrário, o que Epicuro preconizava era a crença de que se um indivíduo satisfizesse as suas necessidades mais básicas, os seus desejos manter-se-iam equilibrados, não tendo, por isso, qualquer necessidade extravagante ou que o conduzisse a excessos desnecessários. Ou seja, satisfazendo os desejos mais naturais, quer em relação à alma, quer em relação ao corpo, desde que fossem necessários, isto é, como constitutivos à própria natureza humana.
Nunca como hoje se assistiu a uma necessidade tão emergente de manifestarmos as nossas opções éticas, ambientais e humanitárias no quotidiano, particularmente quando estas englobam interesses que devem ser garantidos: os Animais, o Ambiente e os Seres Humanos. Todos estes seres vivos (o Ambiente, segundo a Teoria do Gaia, também pode ser considerado como componente crucial de um ser vivo como é o planeta Terra) de uma forma ou de outra manifestam debilidades ou carências que devem ser suprimidas por quem se sinta motivado, sensibilizado ou envolvido para tais causas.
A época que se segue após as grandes correntes clássicas da filosofia (platonismo, por um lado, e aristotelismo, por outro) vem gerar grandes tumultos para o desenvolvimento do pensamento pré-medieval. Entre todas as correntes de pensamento nessa época destacam-se, nomeadamente, o neo-platonismo, que tentará resolver a problemática do dualismo corpo/alma, que permanece uma questão insolúvel após o fim do pensamento clássico grego.
Platão nasceu no seio de uma família bem posicionada na sociedade ateniense tradicional em 428 a.C. O seu destino era, primeiramente, ir para a política, a cuja actividade a sua família se dedicava por afinidade. Porém, a guerra do Peloponeso, que se iniciara entre os gregos e os espartanos, no ano de 431 a.C, e durara ainda algum tempo, alterou o curso da sua vida, fazendo-o orientar mais para os problemas ligados à política do que propriamente para ela mesma. A filosofia será, assim, uma actividade para a qual ele inclinará toda a sua ideia do que é, ou deve ser, a política, a organização social, a justiça, o bem, etc., por influência dos discursos de Sócrates que, nessa época, já faziam furor na praça principal de Atenas.
Não está em causa qualquer alusão a uma realidade religiosa ou outra crença qualquer no sobrenatural, ou sequer em qualquer entidade espiritual. Não estão em causa, portanto, entidades suprasensíveis e não se trata aqui de evidenciar ou relatar aspectos de fé ou teológicos, nem nada semelhante.
Pretende-se tão somente relatar determinadas hipóteses com base em investigações mais ou menos justificadas e credíveis, para admitir que Jesus Cristo poderia ser vegetariano. Mais uma vez, não se trata de estar a falar do Filho de Deus Vivo, mas sim da sua pessoa histórica. Obviamente que não podemos sustentar este artigo sem recorrer ao Livro Sagrado dos Cristãos, que é, como não podia deixar de ser, a Bíblia.
À semelhança do que acontece com Pitágoras, nenhumas certezas se podem ter acerca dos hábitos alimentares de Sócrates. A única certeza é o facto de que se especula muita coisa acerca do seu ambiente e o mais provável é que parte do que a história nos revela sobre a vida dele permaneça inexacta. De quase todos os filósofos gregos que elaboraram teorias inovadoras, Sócrates foi o que mais pôs em causa a ordem vigente, estabelecida pelo poder político.
Supostamente, Pitágoras foi um filósofo matemático do séc.VI a.C (570-571) e terá sido o filósofo que mais marcou esta era, em termos de racionalidade. A defesa do vegetarianismo não passa, no fundo, de um princípio provável da teoria por ele fundada, ou seja, o Pitagorismo. A teoria apontada como Pitagorismo é, na realidade, uma teoria muito importante para a história da matemática. Mas sobre Pitágoras pouco ou nada se sabe, pois tanto a sua vida como a sua morte foram um mistério e alguns historiadores apontam até para a hipótese de ele nunca ter existido. Exilado durante a maior parte da sua vida, o pensador praticou, numa primeira fase, os rituais órficos da religião que se implantou na Grécia, mas fundou posteriormente o pitagorismo, corrente que viria a ser um pouco mais radical do que a primeira.
O vegano defende que o homem deve viver autonomamente, sem depender de outras espécies animais. Por outro lado, o veganismo é uma filosofia e prática de vida e compaixão. Este caminho tem sido seguido por algumas pessoas em todos os tempos da historia da humanidade.