Todos os anos, mais de 260 milhões de perus são abatidos na União Europeia. 5 milhões dos quais em Portugal, sendo a época natalícia a de maior procura da carne destes animais.
São vários os problemas associados à criação intensiva destes animais e que, obviamente, têm consequências na qualidade da carne e na saúde de quem a consome.
Problemas associados à criação intensiva de perus: Saúde
A reprodução natural é negada aos perus. São criados selectivamente para terem um peito para carne tão grande que a criação natural se tornou fisicamente impossível e toda a reprodução é feita através de inseminação artificial. Os seus corpos são tão pesados que muitos machos adultos sofrem de dolorosos problemas das coxas (um peru adulto pode pesar tanto como uma criança de 8 ou 9 anos).
Uma porção de 180g de carne magra de peru sem pele contém 274 calorias e 6 gramas de gordura e a mesma quantidade com pele tem 380 calorias e 16 gramas de gordura. Os perus recebem antibióticos e hormonas de crescimento por serem criados sob condições de superpopulação. Muitos perus comem rações prefabricadas, que costumam conter restos processados de outras aves. Todos estes factores afectam obviamente a saúde de quem consome estes animais.
Exiguidade dos espaços sobre-populados
A criação de perus em regime intensivo é feita em espaços sobre-populados, onde chegam a estar cerca de 25000 aves. Cada ave é confinada numa área de 0,3 metros quadrados. Estas aves são mantidas em circunstâncias ambientais muito pobres (ausência de poleiros, etc.) e nada adequadas. Daí que os perus fiquem sob um grande stress, uma vez que se lhes limita a manifestação dos seus comportamentos naturais.
Frequentemente, os animais que sobrevivem a estas condições de criação (um número considerável não sobrevive até à idade de abate) desenvolvem comportamentos violentos entre si, pelo que lhes é cortada a ponta do bico com uma lâmina quente, a fim de evitar as agressões e os casos de canibalismo.
Abate
Após serem descarregados dos caixotes em que são transportados, estes perus, anormalmente pesados, são pendurados de cabeça para baixo em grilhões metálicos dispostos numa linha de transporte. Nos piores casos, são deixados nesta posição vários minutos antes de serem insensibilizados, o que para uma ave tão pesada é doloroso e assustador.
A linha de transporte arrasta então os perus para um banho de água electrificada, cujo objectivo é o de os insensibilizar antes de se efectuar a sangria. Contudo, muitas das aves debatem-se e levantam a cabeça, escapando assim ao banho eléctrico. Estas aves estarão completamente conscientes aquando da sangria. Algumas estarão mesmo ainda vivas aquando da imersão no tanque de água a ferver, cujo objectivo é o de facilitar a remoção das penas.
A expectativa de vida natural de um peru é de cerca de 10 anos. Os perus de criação intensiva são mortos ao completarem de 12 a 26 semanas, dependendo do tamanho da ave produzida.
Referências:
http://www.animal.org.pt
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