A época do Natal aproxima-se, com uma duração prevista de 3 semanas.
Os preparativos são iniciados com os anúncios da TV e a remodelação das montras das casas comerciais com exposições variadas próprias da época.
Damos conta que há um frenesim no ar que nos rodeia, provocando um desejo grande de felicidade.
A tradição repete-se todos os anos, com o enfeite de uma árvore colocada no canto da casa mais apropriado e sempre o mesmo.
Não é uma árvore qualquer, pois como símbolo tem de apresentar características especiais.
Nos países mediterrânicos a árvore escolhida é o pinheiro jovem, ainda arbusto com 3 a 5 anos, dando a ideia de crescimento, juventude.
A sua forma pontiaguda, apontando para o céu, acentua aquela ideia. Ninguém aceitaria uma copa arredondada ou com outros formatos.
Na realidade a árvore que mais se aproxima desta ideia é, sem dúvida, o pinheiro bravo, que se encontra em abundância nas colinas e serras da faixa mediterrânica.
Escolhida como árvore do Natal, inicia-se a sua ornamentação com múltiplos enfeites de cores variadas, reluzentes e com instalações de luzes intermitentes.
Sem estes circuitos de acende e apaga a árvore teria um efeito de paragem e falta de vida que seria contrário ao contexto de Natal.
Também uma árvore muito grande tem um efeito negativo contrariando a ideia de nascimento.
Para os mais pequenitos a árvore de Natal completa-se com a vinda do Pai Natal, deixando os presentes pendurados dos seus ramos. Neste particular a tradição tem evoluído.
Dada a fragilidade dos pequenos ramos, adoptou-se a meia pendurada da borda da chaminé para receber as prendas.
Como a maior parte das casas modernas não tem chaminé, usa-se colocar as prendas no chão à volta da árvore de Natal.
O Pai Natal deixou de entrar pela chaminé na noite de Natal e dado o grande volume das prendas que transporta começa a distribuição pelas árvores uns dias antes. Estas, convenientemente embrulhadas em papéis vistosos, só se abrem no dia de Natal. Até chegar o momento, tudo é uma incógnita que agita a imaginação dos mais pequenos. É Natal.
Passado o dia de Natal a árvore mantém-se mais uns dias, até o Dia dos Reis, terminando aí a época festiva.
Agora procede-se à desmontagem dos enfeites, que se guardam nas respectivas caixas até ao próximo ano.
A árvore, se verdadeiro pinheiro, vai para queimar ou para o lixo; se é plástico desmonta-se e guarda-se na caixa.
Durante uns dias os contentores do lixo citadino mostram uma quantidade apreciável de pinheiros novos cortados. É a altura dos ecologistas se insurgirem contra esta prática tradicional do corte de árvores jovens, o pulmão da terra.
Na verdade, o oxigénio atmosférico é produzido pela fotossíntese do anidrido carbónico. As plantas absorvem o anidrido carbónico, desdobram-no por fotossíntese, libertam o oxigénio e armazenam o carbono, crescendo em volume. É a este efeito de libertar o oxigénio que se chama “pulmão da Terra”.
O corte dos pinheiros jovens, o chamado desbaste, é necessário e conveniente para o desenvolvimento do pinhal. O excesso de plantas por metro quadrado é prejudicial ao seu crescimento, e assim o desbaste é pratica comum de exploração.
Por outro lado, a árvore é um bem renovável e, como tal, o corte de desbaste não é atentatório do seu desenvolvimento. O mal estará no corte indiscriminado, geralmente proibido mas nem sempre respeitado.
Sejamos optimistas, estamos no Natal. A árvore de Natal será cada ano mais plástica, a tradição será mantida e todos ficaremos contentes.
Feliz Natal.
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