Os adoçantes sintéticos são utilizados para substituir a sacarose e devem consumir-se moderadamente. O seu abuso compreende riscos que não devem ser subestimados.
O inconveniente mais frequente é a sua propriedade de falsear o gosto dos alimentos. Satisfazem artificialmente o gosto inapto para o açúcar, produzindo a falsa impressão de poder abusar dos alimentos que o contêm. Estes alimentos, porém, têm igualmente um excesso de calorias sob outras formas, e assim muitas pessoas acabam por ter problemas de obesidade precisamente por causa do abuso de alimentos deste tipo.
O açúcar encontra-se escondido em muitos alimentos e para que não se consuma em demasia é necessário ler atentamente os rótulos dos produtos.
O consumo de adoçantes dietéticos ou edulcorantes, que inicialmente foram desenvolvidos visando os diabéticos, passou a ser muito consumido pela população em geral por apresentarem poucas calorias.
Os adoçantes utilizados pela indústria alimentar e farmacêutica são substâncias que apresentam um poder adoçante muito superior ao da sacarose (açúcar refinado) e, por isso, são utilizados em quantidades bem menores se comparado ao açúcar de mesa.
Acessulfame-K
O Ace-K é um sal de potássio sintético produzido a partir de um ácido da família do ácido acético. Descoberto em 1967, foi aprovado pela FDA em 1988 para uso em bebidas, produtos lácteos, sobremesas, gomas e adoçantes de mesa. O seu poder dulçor é de 180 a 200 vezes superior ao da sacarose. Não apresenta calorias e não causa cáries. Estável em altas temperaturas.
O organismo absorve-o mas não o metaboliza, o que significa que é eliminado tal como é ingerido.
Pessoas com deficiências renais que necessitam limitar a ingestão de potássio (K) devem ter atenção ao facto deste adoçante conter pequenas quantidades desse mineral.
Aspartame
Este adoçante, descoberto em 1965, pode ser encontrado em produtos como refrigerantes, pastilhas elásticas, iogurtes ou nos comuns adoçantes usados por diabéticos e pessoas em dietas hipocalóricas.
É composto de dois aminoácidos - o ácido aspártico e a fenilalanina. Embora tenha praticamente o mesmo gosto do açúcar, é cerca de 180 vezes mais doce do que ele, mas apresenta menos calorias e não provoca cáries.
Graças ao seu alto poder adoçante, usa-se pequenas quantidades para se chegar à doçura desejada. Não deve ir ao lume porque em altas temperaturas sofre uma reacção que causa perda do sabor doce. Recomenda-se acrescentar o produto aos alimentos e líquidos depois de retirados do lume, apesar de não terem sido notadas alterações quando utilizado em preparações com leve aquecimento ou em recheios de bolo, tortas, etc. De preferência, deve ser misturado aos alimentos no momento do consumo.
De entre todos os adoçantes sintéticos o que gera mais controvérsia quanto a possíveis consequências é o Aspartame. Uns dizem que não tem quaisquer efeitos para o consumidor, outros defendem que é um dos piores adoçantes sintéticos.
Actualmente, nos Estados Unidos existe uma enorme campanha para banir o Aspartame do mercado e segundo a FDA (Food and Drug Administration) os sintomas mais comuns deste produto sintético são: dor abdominal, dor artrítica, fadiga crónica, depressão, diarreia, tonturas, fome ou sede excessivas, dores de cabeça, enxaquecas, palpitações cardíacas, urticária, incapacidade de concentração, impotência, dores articulares, mudanças de personalidade, perda de memória, problemas menstruais, adormecimento das extremidades, ataques de pânico, fobias, convulsões, zumbido nos ouvidos, perda de visão e aumento de peso.
É ainda contra-indicado para os portadores de fenilcetonúria (incapacidade do organismo de metabolizar a fenilalanina). Esta anomalia é rara e geralmente é diagnosticada ao nascimento.
Ciclamato
Descoberto em 1940, o seu poder adoçante alcança 50 vezes o da sacarose. Entre as suas características estão a presença de sabor residual doce-azedo e a sua estabilidade em altas temperaturas. Não apresenta calorias e não causa cáries.
Este adoçante sintético é composto à base de um derivado de petróleo. É permitido nos Estados Unidos, Canadá, Brasil e em mais de quarenta países.
O ciclamato de sódio tem sido objecto de ásperas controvérsias no que diz respeito ao seu efeito cancerígeno.
Sacarina
Possui sabor residual amargo e metálico e é o adoçante artificial mais antigo, tendo sido descoberto em 1897. É usado desde 1900.
Em 1977 estudos em ratos relacionaram o consumo de sacarina com o desenvolvimento de cancro. O FDA (Food and Drugs Administration, órgão americano de controlo de alimentos) baniu, na época, a substância, quando era o único adoçante não calórico do mercado. Actualmente este adoçante extraído de um derivado de petróleo é utilizado sem proibição e adoça, em média, 300 vezes mais do que o açúcar branco.
Possui alta estabilidade em temperaturas elevadas, podendo ser utilizado em preparações quentes. Devido à sua estabilidade a sacarina é utilizada em vários alimentos, na indústria de cosméticos e de medicamentos. Não apresenta calorias e não causa cáries.
É absorvida lentamente, mas não é metabolizada pelo organismo, sendo excretada de forma inalterada pelo rim.
Sucralose
É originado a partir da molécula modificada da sacarose e é 600 vezes mais doce do que a sacarose. É bastante estável em temperaturas elevadas, podendo ser usada em produtos esterilizados, UHT, pasteurizados e assados. Além disso é usada em gelatinas e pudins em pó, sumos, compotas de frutas e adoçantes de mesa. Não apresenta calorias.
É o mais recente adoçante do mercado. Não é absorvido pelo organismo, mas ainda não se conhecem os efeitos dessa característica sobre a saúde do consumidor.
Triptofano
É um aminoácido constituinte de diversas proteínas e com um poder adoçante 25 vezes maior que o da sacarose.
Consumido numa quantidade de cerca de 3 gramas por dia, provoca sonolência e perturbações psíquicas nos indivíduos predispostos.