A actividade pecuária orientada para uma dieta baseada na carne está a destruir o nosso planeta ameaçando a nossa civilização e sua prosperidade. Desistir ou cortar no consumo de carne é a coisa mais importante que um indivíduo pode fazer para proteger o ambiente e as futuras gerações de um desastre. Essa é a razão pela qual a Semana Vegetariana deste ano vai focar-se principalmente nas razões ecológicas para se ser vegetariano ou vegano. Este artigo considera por isso que uma grande mudança social à base de uma dieta vegetal (vegetariana ou vegana) é essencial para evitar crises climáticas, ambientais, alimentares, energéticas e uma crise de água.
O impacto da produção da carne no ambiente é colossal face à produção de vegetais. Em 1997 quando nos EUA, existiam pouco mais de 265 milhões de pessoas (1), no relatório (2) publicado nesse ano pela Universidade de Cornell, afirmava que os EUA podiam alimentar 800 milhões de pessoas com o grão que era dado ao gado. No mesmo relatório afirma-se também que são necessários oito vezes mais combustíveis fósseis para produzir proteína animal do que proteína vegetal e que a primeira é apenas 1,4 vezes mais nutritiva do que a segunda.
Existem muitas vantagens em ser-se vegetariano. Além de se contribuir para um mundo melhor e de se ganhar, geralmente, uma alimentação mais saudável, existem muitos outros benefícios que o vegetarianismo nos pode trazer, directa ou indirectamente. Descobre dez deles...
A Organização para Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) estima que cerca de 840 milhões de pessoas – cerca de 4% da população mundial - se encontrem em estado de subnutrição e que uma média diária de cerca de 25 000 pessoas morra de causas relacionadas com a nutrição. Neste contexto, dadas as previsões de um crescimento populacional mundial de 6 biliões para 9 biliões até ao ano 2050, urge questionar o modo como nós, humanos, nos poderemos alimentar no século XXI.
Contrariamente à ideia generalizada de que os produtos vegetarianos são mais caros e difíceis de encontrar, a verdade é que não é preciso gastar muito dinheiro para seguir uma alimentação vegetariana saudável e equilibrada.
O senso comum diz‑nos e no fundo sabemos que os nossos amigos animais têm o mesmo tipo de sentimentos e desejos que nós e que não devemos matar nem ferir outros para os comermos.
Porque a doença coronária começa na infância
A carne não tem fibras e está saturada de gordura e colesterol, razões pelas quais o pediatra Benjamin Spock, no seu livro Baby & Child Care, desaconselha que as crianças consumam qualquer tipo de carne.
Muitos de nós gostaríamos de nos sentir atraentes independentemente da idade ou sexo. Mas o que é que isso implica? Não importam os traços físicos com os quais se nasce, mas o estilo de vida. Esse sim, é o factor determinante que vai influenciar a maneira como nos parecemos e sentimos perante nós mesmos e os outros. Os nossos mais profundos instintos apelam-nos a procurar sinais de saúde em potenciais parceiros, porque presumivelmente os futuros descendentes terão maiores possibilidades de sobrevivência e de serem saudáveis. Por isso as mulheres geralmente procuram homens fortes e bem constituídos, e os homens mulheres curvilíneas, pois estas são quase sinónimo de fertilidade.
A questão da necessidade de os homens matarem animais para se alimentarem da sua carne tem sido muito discutida. Um dos argumentos a favor do vegetarianismo baseia-se no estudo comparativo da anatomia e fisiologia dos animais carnívoros, herbívoros e frugívoros. A comparação demonstra que a dieta mais adequada ao homem seria a dieta frugívora e herbívora.
Eis algumas diferenças e semelhanças.
Uma dieta vegetariana é um meio agradável e poderoso para se obter uma boa saúde. O padrão de refeições vegetarianas é baseado numa larga variedade de comidas que satisfazem, são deliciosas e saudáveis.
Os vegetarianos evitam carne, peixe e aves. Os que incluem lacticínios e ovos nas suas dietas são chamados ovo-lacto-vegetarianos. Os veganos (vegetarianos puros) não comem carne, peixe, aves, ovos ou lacticínios. Enquanto há uma considerável vantagem numa dieta vegetariana, as veganas são as mais saudáveis de todas e reduzem o risco de uma grande quantidade de preocupações com a saúde.
Longe de quererem obrigar os dez milhões de portugueses a fazer uma dieta vegetariana, os participantes no colóquio "A Ética e a Defesa dos Animais Não Humanos", realizado nos dias 21 e 22 de Maio na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, alegam que a opção mais ética e correcta é não comer animais.
Nos últimos anos, extensivos estudos médicos têm provado que os Ocidentais seguem uma dieta com quantidade excessiva de açúcares, proteínas, gorduras saturadas, colesterol, pesticidas e com poucas fibras. Este tipo de dieta está a originar elevados custos médicos.
A actual dieta alimentar baseada em produtos animais, com a sua agricultura intensiva, é responsável por uma série de problemas ambientais. Provoca directa ou indirectamente desertificação, degradação do ecossistema global, poluição dos oceanos, extinção ou diminuição de algumas espécies animais, destruição de matas, erosão do solo, mudanças climáticas.
Embora a crença generalizada possa ser do contrário, ser vegetariano pode permitir poupar dinheiro! Existem muitos tipos de vegetais, cereais, frutas, nozes e uma enorme variedade de outros produtos disponíveis no mercado. Bem equilibrados dão facilmente um bom substituto de carne ou peixe a um preço mais baixo.
Por exemplo, meio quilo de soja custa menos de 2 euros e dá para cerca de 8 doses individuais.
Uma das principais razões que leva a que as pessoas se tornem vegetarianas é o respeito pelos animais. Para muitos, a decisão de se tornarem vegetarianos prende-se com a vontade de eliminar todos os tipos de exploração e experiências sobre animais.