Sobretudo nos últimos anos, o vegetarianismo é uma prática cada vez mais presente em Portugal, seja o ovo-lacto-vegetarianismo (que exclui da alimentação produtos primários de origem animal, como a carne e o peixe, mas mantém produtos secundários como o leite e os ovos), ou o vegetarianismo estrito (ou veganismo), um estilo de vida que exclui qualquer produto de origem animal, primário ou secundário, da alimentação, do vestuário e de todos os aspetos da vida diária. Há cada vez mais pessoas a retirar produtos de origem animal da sua alimentação, seja carne, peixe, leite ou outros.
Há uma ligação inquestionável entre o vegetarianismo e a cultura indiana. O conceito de não-violência (ahimsa, em sânscrito) foi um dos grandes motores por detrás da difusão do vegetarianismo pela religião, cultura, e culinária indiana.
O imperador Ashoka (século III AEC), depois de se converter ao budismo, foi um dos principais líderes políticos na Índia a promover o vegetarianismo e alguma legislação relacionada com os direitos dos animais. Não é claro, no entanto, se o próprio Buda (seja enquanto figura histórica ou lendária) terá sido estritamente vegetariano. Esta questão é debatida entre as diferentes tradições budistas.
É nas classes sociais mais elevadas (AB) que se encontram as menores frequências de consumo de carne, peixe e ovos. Esta é ainda outra conclusão do estudo do Centro Vegetariano, realizado em setembro 2017, (ver aqui), e que permitiu tirar várias conclusões sobre os hábitos alimentares dos Portugueses.
Foram mais as mulheres, das classes sociais mais elevadas, e no sul do país, que responderam afirmativamente à pergunta “Conhece pelo menos uma pessoa que siga uma alimentação exclusivamente vegetal?”.
A pergunta foi feita no mais recente estudo do Centro Vegetariano, realizado em setembro 2017, (ver aqui).
O mais recente estudo do Centro Vegetariano, realizado em setembro 2017 pela AC Nielsen (ver aqui: https://www.centrovegetariano.org/Article-620-Numero-vegetarianos-quadruplica-10-anos-Portugal.html os principais resultados), permitiu também analisar a percepção dos Portugueses acerca do vegetarianismo.
Quando questionados acerca do valor nutricional de uma alimentação com base vegetal, 42 % dos Portugueses concorda que fornece todos os nutrientes essenciais à saúde. Dos inquiridos, 39 % indicou ainda conhecer pelo menos uma pessoa que segue uma alimentação exclusivamente vegetal
Em setembro de 2007, o Centro Vegetariano realizou o primeiro estudo a uma amostra representativa da população portuguesa para determinar o número de vegetarianos em Portugal, com a AC Nielsen.
Passados dez anos, em setembro 2017, repetimos o estudo e as conclusões mostram uma evolução muito surpreendente.
O número de vegetarianos quadruplicou em 10 anos, com 1.2 % dos portugueses a não consumirem carne nem peixe atualmente. Em 2007 apenas 0.3 % da população portuguesa se encontrava nesta categoria.
No passado dia 17 de abril, foi publicada em Diário da República a Lei nº11/2017, que ‘Estabelece a obrigatoriedade de existência de opção vegetariana nas ementas das cantinas e refeitórios públicos’. 1
O projeto desta Lei (111/XIII/1ª) salienta, através da Associação Portuguesa de Medicina Preventiva, que, em 2014, 200 mil portugueses e portuguesas seguiam uma dieta vegetariana. Em 2007, o Centro Vegetariano lançava os dados estatísticos de um estudo, informando que à data, em Portugal, existiam cerca de 30 mil vegetarianos e vegetarianas. Claramente, em 7 anos, o número de pessoas que opta por esta dieta alimentar, aumentou exponencialmente, assim como proporcionalmente o número de espaços de restauração, todos os anos.
Todos sabemos que a sopa é um alimento importante na nossa alimentação. Contem elevado teor de vitaminas, minerais, fibra, água e, é muitas vezes, a única forma de muitas pessoas ingerirem alimentos do reino vegetal.
Normalmente, a sopa é vista como um complemento ao prato principal, mas é perfeitamente possível transformar a sopa numa refeição principal, ou quase!
Isto torna-se especialmente interessante para vegetarianos que tenham pouco tempo para confecionar refeições.
Apesar dos tempos de crise que correm, a culinária vegetariana é tão rica e versátil que torna perfeitamente possível continuarmos a preparar refeições saborosas e económicas, sem perda de qualquer valor nutricional.
Instituto Nina Rosa, Brasil, 2012, 17 min.
Faz reciclagem? Utiliza alternativas aos sacos de plástico? Parabéns, está num bom caminho para salvar o ambiente, mas será o suficiente?
O Instituto Nina Rosa lançou um filme que elucida sobre o impacto ambiental das suas escolhas enquanto consumidor. Seja pelo respeito aos animais, pela sua saúde ou pelo planeta Terra, é necessário despertar consciências e evitar o consumo de produtos animais.
A actividade pecuária orientada para uma dieta baseada na carne está a destruir o nosso planeta ameaçando a nossa civilização e sua prosperidade.
Desistir ou cortar no consumo de carne é a coisa mais importante que um indivíduo pode fazer para proteger o ambiente e as futuras gerações de um desastre. Essa é a razão pela qual a Semana Vegetariana deste ano vai focar-se principalmente nas razões ecológicas para se ser vegetariano ou vegano.
Este artigo considera por isso que uma grande mudança social à base de uma dieta vegetal (vegetariana ou vegana) é essencial para evitar crises climáticas, ambientais, alimentares, energéticas e uma crise de água.
Acredito que a natureza é perfeita no seu todo, e apesar de não lhe mostrarmos da melhor forma o nosso agradecimento por tudo o que nos proporciona, ela continua a oferecer-nos os seus bens, que nem sempre sabemos aproveitar como deveríamos.
Para além dos muitos materiais que aproveitamos para construir casas, brinquedos, roupa, etc, ela coloca ao nosso dispor todo um conjunto de substâncias que têm a função de nos constituir, de promover e manter a nossa saúde, através dos alimentos. São os nutrientes.
Aí está o Outono, época de recolher! Recolhem-se os cereais, as uvas, as castanhas…. É também a época em que nos apetece recolher, dias mais pequenos, mais frios, sabe bem o aconchego. E como em qualquer estação do ano, a boa mesa não falta. Nenhum sabor característico vai faltar nesta mesa de Outono.
A vanguardista comunidade vegetariana conta já com centenas de milhões de membros por todo o Mundo, da Áustria ao Irão, de Israel ao Nepal e da Nova Zelândia à Zâmbia.
Embora os motivos pela compaixão, saúde e estilos de vidas mais holísticos possam variar consideravelmente, todos os vegetarianos partilham algo em comum: proteger os humanos, animais e natureza de qualquer dano.
A Primavera é a estação do renascimento, renascem as folhas, as flores, o sol, as borboletas, os pássaros e nós mesmos nos sentimos a renascer. É o iniciar de um novo ciclo. E que bem que sabe!
E se assim é na natureza, é assim em todos os aspectos do nosso quotidiano, no qual se inclui a alimentação.
A mesa também fica mais colorida, e mais leve, que é como nos começamos a sentir.
Este menu, impõe-se ser um menu saboroso, nutricionalmente equilibrado e adequado à estação do ano. As escolhas foram efectuadas tendo em conta as frutas e legumes da época, tornando-se assim, mais fácil, acessível, mais rico nutricionalmente e mais económico.
O impacto da produção da carne no ambiente é colossal face à produção de vegetais. Em 1997 quando nos EUA, existiam pouco mais de 265 milhões de pessoas (1), no relatório (2) publicado nesse ano pela Universidade de Cornell, afirmava que os EUA podiam alimentar 800 milhões de pessoas com o grão que era dado ao gado. No mesmo relatório afirma-se também que são necessários oito vezes mais combustíveis fósseis para produzir proteína animal do que proteína vegetal e que a primeira é apenas 1,4 vezes mais nutritiva do que a segunda.
O título deste artigo é uma adaptação da celebérrima frase de William Shakespeare, na peça “Hamlet”, com um “reajuste”. E, para os amantes dos clássicos, podem perfeitamente recordar-se que esta frase fantástica é proferida pelo príncipe, mais ou menos a 2/3 da peça, em posição de reflexão brincando com um crânio humano (muito nórdico, muito dinamarquês, muito gótico). Pessoalmente, sempre que vejo a cena parece-me um horror, mas devo ser apenas eu que sinto isso ou que tenho coragem de o afirmar.
Durante os meses de Fevereiro e Março de 2009 foi feito um inquérito on-line no site do Centro Vegetariano (CV) que pretendeu saber mais sobre o público português interessado na alimentação vegetariana.
Sobre os hábitos alimentares das pessoas que responderam ao inquérito é de salientar que cerca de 38% nunca consome carne e peixe, 27% fazem-no de forma ocasional e os restantes 35% fazem-no sempre ou com frequência.
Um tema que me tem preocupado, com o actual cenário de crise internacional, prende-se com as nossas opções de vida e qual o sentido que imprimimos às mesmas. Assim sendo, a minha reflexão para este artigo prende-se com a opção vegetariana e qual a sua relação no conceito de Responsabilidade Social, que riscos e que oportunidades. Qual o impacto do vegetarianismo no mundo socioeconómico e será esta a melhor opção?
O queijo é um dos derivados do leite mais consumidos. Pode ser feito a partir de leite de várias origens, incluindo de cabras, ovelhas e búfalas, sendo o leite de vaca a origem mais comum [1]. Alguns dos seus componentes mais conhecidos são a lactose (um açúcar) e as caseínas (proteínas). O fabrico de queijo pode seguir um de três processos: a precipitação por ácido e aquecimento, a precipitação só por aquecimento ou a coagulação.
A revista francesa Végétariens Magazine inquiriu vários casais de vegetarianos e de vegetarianos/omnívoros e revelou que se para uns é fundamental a sua cara metade não comer derivados de animais, porque o contrário é sinónimo de permanente discussão de princípios éticos e outros e de não compreensão mútua que leva à não coexistência total; para outros que não partilham o regime alimentar, coexistir pacificamente respeitando e percebendo as opções do outro, não só é possível como é um desafio ao amor.
Este artigo reporta os resultados de 2007. Aqui estão disponíveis os resultados de 2017.
Pela primeira vez em Portugal, o Centro Vegetariano promoveu um estudo com representatividade estatística para determinar o número de Vegetarianos em Portugal.
As principais conclusões que se poderão inferir do estudo:
Apesar de o vegetarianismo já existir há muito tempo entre nós, ainda hoje, por vezes, se verifica alguma dificuldade em encontrar produtos e refeições fora dos locais especializados neste tipo de alimentação. Por vezes a deslocação a estes locais torna-se inviável, seja por condicionantes de tempo, condicionantes económicas, ou simplesmente porque um grupo de amigos decidiu comer num local pouco amigo dos vegetarianos.
Por todos estes motivos, este pequeno guia tem como objectivo fornecer as ferramentas que dêem ao vegetariano a possibilidade de se desenvencilhar facilmente em alguns locais, bem como evitar que alguns aspirantes a este regime alimentar pensem que é complicado seguir este tipo de alimentação por não ser fácil arranjar refeições e produtos adequados no dia-a-dia.
Em finais de 2006, dados do relatório da Balança Alimentar Portuguesa (BAP) revelaram que o consumo de frutas e legumes em Portugal era insuficiente. Certamente muitos de nós conhecem colegas, amigos ou familiares que fazem parte deste vasto grupo de portugueses e aos quais gostaríamos de propor diversas sugestões pela saúde deles e pela nossa, visto que há em Portugal um crescente número de cidadãos cujos problemas de saúde, muitas vezes provocados por uma alimentação deficiente mas facilmente controlável atempadamente desde a infância e juventude, provocam não o célere fim do sofrimento, mas uma dependência incapacitante e com pouca dignidade, sendo inúmeros os casos de acamados e similares, na maioria das vezes bastante duradouros e acompanhados por dificuldades económicas impeditivas de tratamentos médico-sociais adequados.
Nos meses mais quentes do ano em que as temperaturas convidam ao convívio fora de portas e ao ar livre, são frequentes os churrascos nos quais se consome carne e peixe. No entanto, esta não é razão para um vegetariano ou vegano recusar um convite ou organizar ele próprio um churrasco vegetariano ou com opções vegetarianas.
A cada ano que passa, sempre que a época natalícia se aproxima grande parte dos vegetarianos e veganos começa a entrar em pânico. Só quando nos tornamos veganos ou vegetarianos nos apercebemos que quase todos os alimentos presentes na ceia de Natal são derivados de animais.
Vegetariano é alguém que se alimenta basicamente de vegetais, com ou sem laticínios e ovos.
O vegetariano exclui o uso de todas as carnes animais, incluindo peixe e frango.
Embora se tenham popularizado algumas definições mais abrangentes, como semi-vegetariano, pixo-vegetariano ou flexitariano, que incluem dietas com consumo esporádico de peixe ou marisco, tais conceitos são uma aproximação e não um tipo de vegetarianismo.